“Não nos livraremos das máscaras tão cedo. Pois, mesmo quando for iniciada a vacinação, a maioria da população ainda terá que usá-las”, a previsão é do virologista alemão Christian Drosten e foi feita durante uma entrevista à DW.

“Não nos livraremos das máscaras tão cedo. Pois, mesmo quando for iniciada a vacinação, a maioria da população ainda terá que usá-las. Em países como a Alemanha, onde há poucas infecções, não haverá uma imunidade ampla. Provavelmente também será assim nos demais países da Europa”, disse.

O virologista, que desenvolveu o primeiro teste para detectar a infecção causada pelo novo coronavírus (Covid-19), falou sobre o tão esperado fim da pandemia, as regiões que mais preocupam e a chegada da vacina contra o vírus.

“É muito difícil fazer previsões em nível global. Temos muitas situações diferentes e difíceis na Europa. O inverno não vai ser fácil. Teremos vacinas no ano que vem, mas penso que determinadas parcelas da população só poderão ser vacinadas no fim de 2021”, afirmou Drosten .

“Já para outras regiões, é difícil fazer previsões. Na África, por exemplo, o curso da doença parece ser menos grave. Isso pode se dever à estrutura demográfica, mas no momento estamos observando apenas os centros urbanos, onde vivem muitos jovens. Não sabemos como o vírus se comporta quando se propaga nas áreas rurais. Também não sabemos como está a epidemia lá no momento. Há dados indicando que as infecções estão diminuindo, mas não sabemos se podemos generalizar. É possível que a epidemia esteja diminuindo nas cidades, mas também pode ser que esteja apenas começando”, completou o virologista.

Ao longo da entrevista, o especialista também reforçou que a Índia tem motivado grande preocupação.

“A Índia me preocupa mais no momento, porque lá a densidade populacional é alta e o vírus está se alastrando, eu não diria que de forma descontrolada, mas quase. Depois, é claro, áreas da América do Sul. Já falei da África, uma pequena incógnita no momento. Mas também me preocupa o Hemisfério Norte, às portas do inverno, e há regiões, inclusive na Europa, com pouco controle sobre o vírus”, detalhou.

“Países onde é baixa a confiança nas estruturas médicas e nos cuidados de saúde, já estão entrando no outono com muitos casos de coronavírus. Creio que muitas nações, também na Europa, muito em breve deverão adotar medidas mais rigorosas”, acrescentou o especialista.

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