Quatro aviões sequestrados e 19 terroristas dispostos a morrer foram suficientes para, no dia 11 de setembro de 2001, mergulhar os Estados Unidos no horror e transformar esse país até então inatingível em seu próprio solo na vítima de uma magistral operação terrorista dirigida contra os símbolos de seu poder.
O mentor do ataque era Osama bin Laden, que quase dez anos após o atentado, foi dado como morto neste domingo (30).
Em poucos minutos, o mais grave atentado terrorista de todos os tempos fez explodir o sentimento de invencibilidade dos norte-americanos, oito meses depois da chegada de George W.
Bush à Casa Branca.
No céu ensolarado de Nova York, dois Boeing 767 sequestrados, com 92 e 65 pessoas a bordo, se espatifaram com 17 minutos de intervalo (8h46 e 9h03) contra as torres gêmeas do World Trade Center de Nova York, símbolo do capitalismo norte-americano.
Às 9h43 locais, um Boeing 757 no qual viajavam 64 pessoas se lançou contra o Pentágono em Washington, sede do Ministério de Defesa norte-americano, e 30 minutos mais tarde, um Boeing 757 com 44 pessoas a bordo caiu em um campo perto de Pittsburgh (a 300 km de Washington).
Os passageiros – todos mortos – deste último enfrentaram os piratas aéreos, que tinham aparentemente como objetivo a Casa Branca ou o Congresso.
O presidente Bush foi informado da tragédia quando visitava uma escola na Florida (Sudeste).
“Trata-se aparentemente de um atentado terrorista”, declarou 45 minutos depois do primeiro atentado.
Os aeroportos foram fechados em todo o país e o pânico se apoderou de Nova York e Washington, onde pelo temor de que a Presidência fosse atacada, o vice-presidente Dick Cheney foi levado a um bunker no subsolo da Casa Branca.
Enquanto isso, o país, petrificado, via ao vivo pela televisão a tragédia em Nova York.
As equipes de socorro, superadas pela magnitude da catástrofe, tentavam coordenar-se enquanto nos andares superiores das torres do World Trade Center, centenas de pessoas prisioneiras tentavam escapar do inferno.
Alguns subiam ao telhado esperando os helicópteros, incapazes de aproximar-se devido ao calor e à fumaça.
Outros empreendiam uma longa descida pelas escadas de socorro, algumas delas bloqueadas pelos escombros.
Mas muitos se jogaram pelas janelas.
Às 10h05, a torre sul do World Trade Center, atacada em segundo lugar, desabou em uma avalanche de fogo e poeira, lançando à morte centenas de empregados e membros de grupos de socorro.
A segunda desabou 23 minutos mais tarde.
Cerca de 25 mil pessoas trabalhavam nas torres de 110 andares naquela manhã de 11 de setembro de 2011.
As primeiras estimativas avançaram o dramático número de 6 mil mortos.
O balanço desceu progressivamente a 2.
919 após meses de buscas.
A zona sul de Manhattan foi enterrada sob a poeira e os escombros.
Dezenas de milhares de pessoas em pânico, algumas feridas, tentavam fugir para a zona norte da cidade.
As famílias buscavam desesperadamente notícias de seus parentes.
Sob o impulso de seu prefeito, Rudolph Giuliani, a quem um drama converteu em herói nacional, Nova York tentava fazer frente à catástrofe.
As pontes e túneis que unem Manhattan ao resto da cidade foram fechados, o então prefeito Rudolph Giuliani da cidade ordenou ao s nova-iorquins que não saíssem de casa e toda a zona sul de Manhattan, onde trablaham centenas de milhares de pessoas, foi progressivamente evacuada.
A 330 km dali, a capital federal, Washington, estava também em pânico.
Os meios de comunicação informaram de um incêndio nas proximidades da Casa Branca e sobre a explosão de um carro-bomba no Departamento de Estado, desmentida mais tarde.
O presidente Bush embarcou, por sua parte, em uma viagem por todo o país, da Florida até uma base aérea em Louisiana (Sul), por motivos de segurança.
“Não se enganem, os Estados Unidos caçarão e castigarão os responsáveis por esses atos covardes”, declarou no início daquela tarde, antes de embarcar no avião presidencial Air Force One para dirigir-se a outra base aérea, esta em Nebraska, a mais de 1.
600 km da capital.
No meio da tarde, a fotografia de Osama bin Laden, dado como morto neste domingo (1), chefe da rede Al-Qaeda, apa recia nas telas de televisão e foi assinalado com o suspeito de organizar os atentados.
Bush voltou finalmente pouco antes das 19h locais à Casa Branca.
Com uma expressão grave, o rosto marcado pela tragédia, o presidente falou ao país às 20h30.
afirmand sua determinação de castigar os autores dos atentados.
“Não faremos nenhuma diferença entre os terroristas que praticaram estes atos e os que os protegerem”, afirmou da sala oval da Casa Branca, evocando as “milhares” de pessoas mortes nos atentados.
Poucos minutos antes da meia-noite, Giuliani anunciou que dois policiais tinham sido retirados dos escombros do World Trade Center, formando parte dos poucos sobreviventes encontrados após a queda das torres.
* Fonte Correio da Bahia