Namorar é bom.
Poucas pessoas no mundo discordam dessa afirmação.
Mas apesar dessa certeza, com o passar dos anos, o namoro costuma sair pela mesma porta que a rotina entra na vida dos casais.
Não é isso que o deveria acontecer, segundo os especialistas em relacionamento.
Pelo contrário, manter o clima carinhoso do início da relação é fundamental para a saúde da vida a dois.
“Na época do namoro, como os parceiros não vivem juntos e ficam até dias sem se ver, os encontros são cheios de carinhos.
Com o casamento, eles passam a se encontrar todos os dias, dormem juntos, a rotina aparece na vida do casal e aquela ansiedade que ajudava a esquentar a relação desaparece.
Os carinhos diminuem e o sexo fica mais objetivo”, analisa a sexóloga e colunista do Delas, Fátima Protti.
A terapeuta de casais Marina Vasconcellos completa a lista de fatores que levam o casal a deixar de namorar: “O dia a dia corrido, as tarefas de casa, os filhos, a falta de tempo, a jornada de trabalho pesada, tudo colabora para o esquecimento do namoro”, diz a psicóloga.
Mas mesmo com todos esses obstáculos, os parceiros não devem deixar de namorar.
E essa é uma decisão que pede algum esforço dos dois lados.
Em compensação, os resultados são garantidos.
“O namoro une os casais, cria maior intimidade, proximidade.
Quando os pares são afetivos, fica mais fácil lidar com os problemas que surgem no dia a dia, pois a tolerância é maior com os defeitos do outro, o clima é mais receptivo para lidar com tranquilidade com os problemas”, explica Marina.
Ainda somos namorados?
Alguns sinais são bons indicadores de que o namoro está sumindo do casamento.
Um dos mais óbvios é a diminuição do sexo.
Mas outros indícios, que a princípio podem parecer menores, também são importantes.
Um deles é a falta daquele telefonema descompromissado no meio do dia, sem intenção de cobrar nada do parceiro.
“Ligar simplesmente para dizer que está com saudades”, observa Marina.
Aliás, o sinal de alerta deve acender quando os parceiros só conversam sobre assuntos de ordem prática, como por exemplo, as contas a pagar, a educação dos filhos ou as compras da casa.
“Eles deixam de ter uma aproximação de homem e mulher para serem pais, profissionais e tudo mais”, constata a psicóloga Silvia Aguilar.
“Não é uma relação amorosa, onde tem sexo, carinho e desejo, tudo isso cai para segundo plano”, completa.
Especificamente no sexo, a manifestação mais clara da falta de namoro se dá com certa burocratização do desejo, com a ausência da sedução e do clima provocante que ajudam a esquentar a relação.
“Quando um dos dois está com vontade de fazer sexo, procura o outro mais objetivamente, sem fazer carinhos ou preliminares”, analisa Fátima.
A pedido do Delas, especialistas em relacionamentos prepararam uma série dicas que podem ajudar na retomada do romance no casamento; confira!
– Separe um tempo para jogar conversa fora com o parceiro.
Deixe os problemas de lado e fale sobre assuntos mais triviais, comentando sobre um livro interessante que você leu ou uma música bonita que ouviu;
– Marque um dia da semana para sair com o parceiro para jantar fora ou pegar um cineminha.
“Mas nada de sair de ‘galera’, com os casais de amigo.
Esse encontro mais romântico deve ser só dos dois”, alerta Fátima;
– “Encontrem-se pra almoçar juntos no meio da semana, se possível, criem um clima de ‘encontro’, como nos tempos de namoro”, indica Mariana;
– Os velhos conhecidos motéis também são um bom recurso para fugir da rotina.
Depois de um jantar romântico, dê uma esticadinha até um como na época do namoro;
– Os encontros também podem ser feitos em casa, com ajuda de acessórios como um filme romântico ou erótico.
Nesse happy hour particular, também vale ouvir uma boa música que relaxe as tensões;
– Para evitar sustos que quebrem o clima, deixe as crianças dormirem na casa dos avós ou com a babá nesses nos dias especiais;
– Silvia ressalta que esses encontros não devem ser repetitivos ou muito regrados.
A ideia é ser algo divertido e surpreendente e não apenas mais um compromisso na agenda;
– Por fim, não perca o costume de comemorar datas importantes e trocar presentes, nem que esses sejam simbólicos.