De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária em Goiânia (LFDA) deve analisar 147 pacotes de “sementes misteriosas” que brasileiros de distintas localidades receberam por correspondência junto com compras feitas pela internet.

O Mapa também ressaltou que a origem das embalagens é de países asiáticos, a exemplo da China e Malásia.

Ainda segundo o ministério, moradores do Distrito Federal e de outros 17 estados afirmam ter recebido as sementes. São eles: Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São Paulo, Tocantins.

Até a manhã deste domingo (4/10), ainda não haviam sido divulgados os resultados das análises, que começaram a ser realizadas na segunda-feira (28).

A pesquisadora do LFDA, Roseli Chela Fenille, destacou que a maior parte dos pacotes ainda não chegou na capital goiana.

“Ainda não temos resultados. São análises demoradas e com muitas etapas. Em Goiás, nós já contabilizamos 16 pacotinhos, mas ainda vamos receber de três pessoas que estão vindo do interior do estado. Ao todo nós já recebemos 56 amostras, vindas do Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Roraima, Rondônia e Pernambuco, Paraná e Rio de Janeiro. Ainda estamos o restante.”, contou Fenille.

Todo o material está sendo enviado ao laboratório goiano para diagnóstico fitossanitário e identificação das espécies.

A escolha do laboratório de Goiânia foi feita pelo ministério, que alegou ser uma das unidades federais consideradas referência no trabalho de diagnóstico vegetal.

Ademais, a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) e o Ministério da Agricultura alertam para os riscos da manipulação desses materiais, que ainda não foram identificados. Conforme os órgãos, existe a possibilidade da entrada de pragas ou doenças que não existem ou que já estão erradicadas no territórrio brasileiro.

O chefe de defesa agropecuária do Mapa em Goiás, André Brandão Alves, pede que as pessoas não abram, plantem ou joguem fora essas sementes.

“O recebimento de materiais como sementes sem a devida identificação e solicitação podem levar a riscos como disseminação de pragas e introdução de espécie exóticas. Isso pode dizimar culturas e causar sérios danos na agricultura e meio ambiente. Essas embalagens podem estar contaminadas por vírus ou bactérias. A própria semente também pode ter sido tratada por algum defensivo que possa ser prejudicial à saúde”, disse Alves.

A orientação para quem receber essas sementes é levá-las imediatamente para as unidades regionais da Agrodefesa ou diretamente à Superintendência Federal de Agricultura.

O morador que receber o produto também pode entrar em contato por meio do e-mail ([email protected]) ou pelo telefone (62) 3221-7200, canais de comunicação oficiais, onde o cidadão receberá mais orientações de como proceder.

0 0 votos
Article Rating