Segundo dados divulgados pelo Banco do Brasil (BC), pela primeira vez na história, o saldo total aplicado na caderneta de poupança alcançou a marca de R$ 1 trilhão, em setembro deste ano.
Alguns benefícios do governo, a exemplo do saque do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), e do Auxílio Emergencial, estão na lista de motivos que podem explicar o movimento de alta nos depósitos durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), tendo em vista que eles são pagos através da conta-poupança digitais da Caixa Econômica Federal.
Em setembro, o BC destacou que os depósitos em caderneta poupança superaram os saques em R$ 13,2 bilhões.
Desde o início da pandemia, a caderneta tem registrado valores elevados em captação líquida, na comparação com o restante da série, e bate recordes no saldo. Os brasileiros depositaram cerca de R$ 294 bilhões na poupança em setembro, o maior volume da série histórica iniciada em janeiro de 1995. Os saques também bateram recorde e ficaram em R$ 280 bilhões.
Agora, após o relaxamento do isolamento social e a autorização da reabertura dos comércios, a população voltou a consumir e, por isso, retiraram mais recursos da poupança.
Em comparação com setembro do ano passado, a diferença entre depósitos e saques foi positiva, estimada em R$ 8,7 bilhões, ou seja, 34% a menos que o registrado no mesmo mês deste ano.
Já em agosto deste ano, a captação líquida chegou ao menor nível desde o início da crise sanitária, e fechou o mês em R$ 11,4 bilhões, queda de quase 60% em relação a julho, mas ainda acima dos patamares registrados antes da pandemia.
Em abril, mês que registrou o ápice da pandemia no Brasil, a poupança bateu recorde com captação de R$ 30,4 bilhões. O resultado foi superado em maio, com R$ 37,2 bilhões, o maior da série histórica até agora.
Cabe frisar que a poupança rende a Taxa Referencial (TR), hoje zerada, mais 70% da Selic, que está em 2% ao ano. A regra diz que, quando a taxa básica de juros estiver acima de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança será 0,50% ao mês, mais TR. Entretanto, se a taxa Selic esteja menor ou igual a 8,5% ao ano, o investimento é remunerado a 70% da Selic, acrescida da TR.