Segundo estimativas do Banco Mundial, em 2020 cerca de 115 milhões de pessoas estaram sendo empurradas a extrema pobreza; situação que pode crescer significativamente mais em 2021, chegando a 150 milhões.

Nos critérios de avaliação do Banco Mundial, a extrema pobreza é caracterizada por uma renda diária de até US$ 1,9 (cerca de R$ 10). Esta será a primeira alta desde 1998. À época, a crise financeira asiática ocasionou um choque na economia global.

O relatório Poverty and Shared Prosperity Report (Relatório sobre Pobreza e Prosperidade Compartilhada, em tradução livre), publicado a cada dois anos, também aponta que a pobreza extrema afetará o equivalente a 9,1% e 9,4% da população do mundo somente neste ano. Antes da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), com milhões de doentes e centenas de milhares de mortes, além dos estragos na economia global, a estimativa era que pobreza cairia para 7,9% em 2020.

Nos últimos cinco anos, o Brasil já vinha experimentando um aumento da pobreza extrema. Dados da Pnad Contínua, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estimavam que em 2019 cerca de 13,88 milhões de brasileiros viviam nessa condição, ou seja, 170 mil mais do que no ano anterior (2018).

No entanto, em 2020, a tendência foi interrompida após o pagamento do Auxílio Emergencial que, segundo o levantamento, tem amortecido o efeito da crise econômica, sobretudo nasfamílias de baixa renda.

Entre maio e agosto, por exemplo, um estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV), com base nos dados da Pnad Covid-19, estimou que a parcela da população abaixo da linha de pobreza recuou de 4,18% para 2,29%.Desde abril, o governo já desembolsou o equivalente a R$ 200 bilhões para o pagamento do auxílio. Recentemente, o benefício foi reduzido de R$ 600 para R$ 300.

Porém, cabe ressaltar que a melhora tende a ser circunstancial. Com a diminuição do valor do benefício, os indicadores de pobreza podem voltar a piorar, alerta o autor das estimativas.

Ricos mais ricos
Em contrapartida, o levantamento frisa que na outra ponta, os bilionários do mundo têm visto suas fortunas crescerem durante a pandemia da Covid-19.

Entre abril e julho deste ano, conforme o relatório de outubro do banco suíço UBS, o aumento foi de 27,5%, para US$ 10,2 trilhões, uma cifra considerada recorde. O estudo também diz que os ultra-ricos se beneficiaram especialmente ao investir no mercado acionário na baixa, entre março e abril, justamente o período em que o mundo entrou em quarentena; eles lucraram em seguida com a recuperação do preço das ações.

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