O governo federal gastou cerca de R$ 77,3 milhões com a compra de passagens, diárias e despesas com locomoção, em meio a pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Os dados fazem parte de um levantamento do grupo Metrópoles, que utilizou como base as informações disponibilizadas pelo painel ‘Monitoramento dos Gastos da União com Combate à Covid-19’. A plataforma é atualizada pelo Tesouro Nacional, por meio de materiais fornecidos pelo Ministério da Economia.

Segundo o levantamento, o maior gasto ocorreu na rubrica “Passagens e despesas com locomoção”, que é responsável por aproximadamente R$ 66,1 milhões. No total, foram cerca de R$ 44,3 milhões em locação de meios de transporte, R$ 20 milhões em passagens para o exterior e R$ 1,1 milhão em passagens nacionais.

No caso da União, foram gastos, conforme descreve o levantamento,mais R$ 14,8 mil em pedágios, R$ 591 em transporte de servidores e R$ 17,2 mil em locomoção urbana.

No parâmetro despesas de “Diárias – Pessoal Civil”, o governo registrou gastos de R$ 10,4 milhões em reservas no Brasil. E nas “Diárias – Pessoal Militar” são R$ 845,7 mil. Neste caso, inclusive, surgem ainda pagamentos no exterior.

Ainda de acordo com o painel Monitoramento dos Gastos da União com Combate à Covid-19, o governo federal comprou diárias fora do Brasil que somam o valor de R$ 304 mil. Esse montante equivale a cerca de 36% do total usado com militares. Os outros R$ 541,3 mil foram utilizados com gastos dentro do próprio território brasileiro.

O custeio dessa despesa, segundo o levantamento, foi realizado com dinheiro do orçamento paralelo, batizado de “orçamento de guerra“, para que ocorresse sem maiores entraves burocráticos e amarras fiscais.

Outras informações

No registro de dados divulgados pelo painel do Tesouro Nacional, é apontado que o dinheiro foi usado nas seguintes situações: “enfrentamento de emergência de saúde pública de importância”; “prevenção e repressão ao tráfico de drogas e ao crime”; “proteção e promoção dos direitos de povos indígenas”; “regularização, demarcação e fiscalização de terras indígenas”; “administração de unidade”; e no “acolhimento humanitário e interiorização de migrantes”.

No entanto, apesar das informações acima, o governo não detalhou outros dados, a exemplo de “quem usou as diárias?”, “quem autorizou e quais as prerrogativas para essas despesas?”.

Cabe frisar que tanto os estados quanto os municípios fecharam hotéis, pousadas e hospedarias por conta do novo coronavírus e das recomendações de distanciamento social.

Ademais, o grupo Metrópoles reiterou que, por meio de uma nota, o Ministério da Economia afirmou que “o painel apenas compila o fluxo de caixa na conta única. Para mais detalhes, você deve se dirigir aos ministérios e órgãos responsáveis por esses gastos”.

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