Em reunião com governadores nesta terça-feira (20/10), o governo federal anunciou que a União vai adquirir 46 milhões de doses da vacina contra o novo coronavírus (Covid-19), batizada de CoronaVac e produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a empresa chinesa Sinovac.
Dito isto, o governo federal também frisou que deverão ser investidos na compra das doses da vacina cerca de R$ 2,6 bilhões, até janeiro de 2021.
Atualmente, a CoronaVac está em fase de testes, assim como as demais vacinas testadas no Brasil, e a sua eficácia ainda precisa ser comprovada antes que o uso seja liberado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Além do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), outros 23 governadores participaram da reunião com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.
Na ocasião, Pazuello assegurou que quando a vacina for aprovada, as doses serão distribuídas a todo o território brasileiro, através do Programa Nacional de Imunizações (PNI), que há décadas já garante o sucesso das campanhas nacionais de vacinação.
“Temos a expertise de todos os processos que envolvem esta logística, conquistada ao longo de 47 anos de PNI. As vacinas vão chegar aos brasileiros de todos os estados”, afirmou o ministro.
Antes do anúncio feito nesta terça-feira, a previsão do Ministério da Saúde era ter 140 milhões de doses no primeiro semestre de 2021, sendo que, 40 milhões seriam oriundas da iniciativa COVAX Facility, liderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e 100 milhões de doses seriam da AstraZeneca/Oxford. Além dessas doses, no segundo semestre, o governo deve produzir 165 milhões de doses deste imunizante.
Agora, o Ministério da Saúde prevê que “somadas, as três vacinas – AstraZeneca, Covax e Butantan-Sinovac – representam 186 milhões de doses, a serem disponibilizadas ainda no primeiro semestre de 2021”.
Sobre a CoronaVac
Nesta segunda-feira (20), o governo de São Paulo garantiu que 35%, dos nove mil voluntários que participam dos testes no Brasil, apresentaram reações adversas leves.
O governo destaca que não houve registro de efeitos colaterais graves, o que, inicialmente, confirma a segurança da imuização.
A informação integra parte de um estudo parcial apresentado em entrevista coletiva. No entanto, o estudo não foi publicado em revista científica e ainda não há dados sobre a eficácia da CoronaVac. Porém, o governo destaca que essas informações serão apresentadas até o fim deste ano de 2020.
Aplicação
Anteriormente, Doria havia garantido que a vacina começaria a ser aplicada em profissionais de saúde no dia 15 de dezembro. Entretanto, na segunda-feira (19), o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse que a data para liberação ainda é incerta.
Para ser aprovada pela Anvisa, é necessário que a eficácia da vacina também seja comprovada.
“As perspectivas da vacina são otimistas, mas não podemos dar uma data específica de quando isso vai acontecer. Esperamos que até o final do ano essa vacina tenha o dossiê entregue na Anvisa, e que a Anvisa possa proceder a análise e o registro”, explicou.