Nesta quinta-feira (22/10), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) decidiu se manifestar após a repercussão sobre os comentários do Papa Francisco a respeito das uniões civis homossexuais.
Em um comunicado oficial, a entidade frisa que a fala do religioso demonstra “humanidade”, porém, ela “não muda em nada do ponto de vista doutrinal ou dogmático sobre a família”.
Segundo a Igreja Católica, o matrimônio só pode ocorrer entre homem e mulher.
“O Papa Francisco já realizou dois Sínodos e escreveu uma Exortação Apostólica pós-sinodal chamada Amoris laetitia – sobre a alegria do amor na família. Esse documento afirma que continuamos a caminhar em pleno acordo com a Tradição da Igreja sobre a sacralidade do Matrimônio e sua dignidade no plano de Deus: ‘O matrimônio cristão, reflexo da união entre Cristo e a Igreja, realiza-se plenamente na união entre um homem e uma mulher, que se doam reciprocamente com um amor exclusivo e livre fidelidade, se pertencem até a morte e abrem à transmissão da vida, consagrados pelo sacramento que lhes confere a graça para se constituírem como Igreja doméstica e serem fermento de vida nova para a sociedade (Amoris laetitia, n. 292)'”.
A nota da CNBB é assinada pelo bispo Dom Ricardo Hoepers, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da entidade. No conteúdo do texto, ele também assegura que “o Papa Francisco mais uma vez demonstra sua serenidade, voltando-se também às questões reais da vida cotidiana. Ele tem uma sensibilidade pastoral tão aguçada que nos impressiona com seu nível de humanidade”.
“A fala em questão trata-se de uma palavra em um documentário e, portanto, o Papa fala com o coração aberto sobre os reais sofrimentos das pessoas de condição homoafetiva. Em uma sociedade que exclui com preconceitos e violência, é uma fala sobre dignidade e, acima de tudo de respeito que devemos ter para com todas as pessoas”, completa outro trecho da nota.
Em outro ponto do comunicado, o bispo também diz que o Papa se tornou “a voz dos que se tornaram invisíveis nas periferias geográficas e existenciais”, e citou que as pessoas LGBT devem ter leis que as protejam.
“No caso das pessoas em condição homoafetiva, muitas delas são abandonadas pelas suas famílias, discriminadas pela sociedade, e à margem dos direitos de ter uma cidadania respeitada. A realidade da discriminação também pode levar à violência e à exclusão social. Portanto, diante desses perigos, o Papa entende que uma lei deve buscar garantir a seguridade que toda pessoa merece ser cidadão de direitos.”
A fala do Papa Francisco faz parte de um documentário e vieram a público na quarta (21/10). Na gravação, o pontífice ressalta que “pessoas homossexuais têm direito de estar em uma família”. Ele também defendeu a criação de leis de união civil para garantir o direito dos casais homoafetivos.
Vida longa ao PAPA
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