Na segunda-feira (23/11), pesquisadores brasileiros afirmaram, conforme publicação de uma nota técnica, que o país vive o “início de uma 2ª onda” do novo coronavírus (Covid-19).

Segundo o grupo, que é formado por cientistas de diferentes universidades públicas, pelo menos três fatores contribuem para o “aumento explosivo” ou “manutenção da grande circulação do vírus”: falta de “testagem sistemática com rastreamento de casos”; falta de uma “política central coordenada, clara e eficaz de enfrentamento da situação”; e o “afrouxamento das medidas de isolamento sem evidências empíricas, sem uma análise cuidadosa por uma painel de especialistas“.

“A situação no Brasil se deteriorou fortemente nas últimas duas semanas, e o início de uma segunda onda de crescimento de casos já é evidente em quase todos os estados, de forma particularmente preocupante nas regiões mais populosas do país”, pontua os pesquisadores na Nota Técnica – 22/11/2020 Situação da Pandemia de Covid-19 no Brasil.

No documento, os pesquisadores também alertam que o crescimento no número de casos é consequência de “uma sistemática queda dos níveis de isolamento social, mas também da ausência de campanhas de esclarecimento e falsa sensação de segurança disseminada na população”.

A nota técnica é assinada por seis pesquisadores da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia Campus Salvador (IFBA), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Universidade do Estado da Bahia (Uneb) e da Universidade de Brasília (UnB).

Recomendações

Ademais, pesquisadores frisam que é “urgente” que medidas sejam tomadas neste início de retomada da gravidade da pandemia.

Eles enumeram algumas recomendações:

  • “Gestores públicos devem basear suas decisões na melhor evidência científica disponível”;
  • “Estabelecer uma coordenação central no governo federal”;
  • “Políticas de isolamento e distanciamento social devem ser intensificadas o quanto antes, até atingir um controle efetivo da pandemia”;
  • “Implementar uma extensa política de testagem de infecção pelo vírus SARS-CoV-2, com o rastreamento e isolamento de contatos”;
  • “Realizar extensas campanhas públicas de informação da população”;
  • “Implementação de real e efetivo apoio financeiro aos cidadãos menos favorecidos”.
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