Nesta quarta-feira (25/11), a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) aprovou o retorno das operações das aeronaves modelo Boeing 737-8 MAX no Brasil. O avião havia sido impedido de voar por autoridades certificadoras, depois de ter provocado dois acidentes: um na Indonésia e o outro na Etiópia que, juntos, ocasionaram na morte de 346 pessoas em cinco meses, entre os anos de 2018 e 2019.

No dia 18 deste mês vigente, a Autoridade Federal de Aviação norte-americana (FAA, na sigla em inglês) já havia autorizado a Boeing a retomar os voos e, inclsuive, divulgou uma diretriz de aeronavegabilidade detalhando as mudanças necessárias. Na ocasião, a Anac também havia informado que verificaria se as modificações propostas eram seguras e atendiam aos requisitos.

Em nota, a Anac destaca: “A Diretriz de Aeronavegabilidade da FAA foi adotada também pela Anac e tem vigência automática no Brasil, devendo ser cumprida de imediato pelos operadores aéreos que pretendem operar o modelo”.

Das companhias aéreas que operam no Brasil, somente a Gol Linhas Aéreas possui aeronaves desse modelo.

Ainda segundo o comunicado divulgado pela Anac, existe um trabalho com a empresa para assegurar a implementação de qualquer adaptação necessária, bem como o treinamento de aeroviários, visando garantir a segurança dos passageiros.

“Dentre as exigências de projeto está a determinação para a reconfiguração do sistema de controle de voo desse modelo de aeronave, a correção do roteamento do conjunto de cabos, revisões de procedimentos incorporados ao manual de voo e testes de recalibração dos sensores”, ressalta outro trecho do comunicado.

Cabe frisar que o retorno das operações foi permitido por meio da revogação de uma Diretriz de Aeronavegabilidade de Emergência (número 2019-03-01) que proibia a operação do avião da Boing no Brasil. A suspensão havia ocorrido em março do ano passado.

Em setembro deste ano, após 18 meses de investigação, um painel do Congresso dos Estados Unidos (EUA) concluiu que os dois acidentes com o Boeing 737 MAX foram resultado de falhas da fabricante de aeronaves Boeing e da FAA.

“Eles foram o terrível resultado de uma série de suposições técnicas incorretas dos engenheiros da Boeing, uma falta de transparência por parte da administração da Boeing e uma supervisão grosseiramente insuficiente da FAA”, afirma o relatório.

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