O Ministério Público da Bahia (MP-BA) denunciou onze policiais militares lotados nas Rondas Especiais (Rondesp) pelo assassinato do jovem Geovane Mascarenhas de Santana, ocorrido em agosto do ano passado, no bairro da Calçada, em Salvador.

A informação foi divulgada pelo MP-BA nesta sexta-feira, 17. Durante a tarde por volta das 15 horas, uma entrevista coletiva será realizada na sala de sessões da sede do Ministério Público, no Centro Administrativo da Bahia (CAB).

De acordo com as primeiras informações divulgadas pelo MP-BA, a denúncia, que teve por base o inquérito policial, foi encaminhada à Justiça nesta semana pela promotora de Justiça Isabel Adelaide Moura.

Prisões e soltura

Três policiais militares suspeitos de envolvimento no desparecimento de Geovane Mascarenhas de Santana, que foi encontrado morto em Salvador, chegaram a ser presos em de agosto de 2014, no Batalhão de Choque da PM, em Lauro de Freitas, região metropolitana da capital baiana. Os três PMs foram soltos no dia 12 de outubro, após cumprirem 60 dias de prisão provisória (30 dias e prorrogação de mais 30), conforme decisão judicial".

O rapaz sumiu no dia 2 de agosto e o seu corpo foi encontrado cinco dias depois, no Parque São Bartolomeu, na capital baiana. De acordo com o advogado dos policiais, Vivaldo Amaral, os policiais foram soltos após fim do prazo de prisão temporária.

Por meio de nota, a assessoria da Polícia Militar da Bahia informou ao G1 que "os policiais militares foram soltos após cumprirem 60 dias de prisão provisória

"Venceu a prisão temporária e o delegado não requereu prisão preventiva. Então eles foram soltos e vão se defender em liberdade para consolidar a vitória de que são inocentes e vamos trabalhar para consolidar isso", disse o advogado Vivaldo Amaral.

Caso

Geovane, de 22 anos, desapareceu no dia 2 de agosto e os restos mortais dele foram encontrados no dia 3. O rapaz foi decapitado, carbonizado, teve duas tatuagens removidas do corpo e os órgãos genitais retirados. Jovem foi enterrado no dia 24 de agosto, no município de Serra Preta, no interior da Bahia. Os três policiais que abordaram Geovane foram identificados e presos.

Os PMs suspeitos são Cláudio Bonfim Borges, Jailson Gomes de Oliveira e Jesimiel da Silva Resende. Um deles é subtenente, com mais de 20 anos de atuação, e era comandante da guarnição. Os demais têm 11 e 14 anos de polícia.

Defesa

Segundo o coronel Alfredo Castro, em depoimento os PMs afirmam que o rapaz foi abordado por ter características semelhantes às de um assaltante que teria roubado uma mulher na região da Calçada.

Eles sustentam que levaram Geovane até a mulher, mas ela não o reconheceu como o ladrão e depois disso ele foi liberado. "Eles já foram ouvidos várias vezes na Corregedoria e duas na Polícia Civil, e sustentam a mesma versão", destaca o coronel.

A Justiça decretou a prisão temporária dos três, por 30 dias, para evitar intimidação a testemunhas e a familiares da vítima, e que se percam provas do crime, segundo o delegado-chefe Hélio Jorge.