Um norte-americano declarado ateu convicto encontrou na religiosidade uma forma de faturar mais de US$ 100 mil por ano, cerca de R$ 270 mil. Trevor McKendrick desenvolveu um app da Biblia Sagrada em espanhol pela AppStore da Apple que lhe rende este faturamento. A história do negócio começou durante um jantar em família, em fevereiro de 2012. Durante as conversas, um parente contou que faturava até US$ 10 mil por mês vendendo programas na AppStore e McKendrick pensou: se ele pode, eu também posso. Atiçado pela possibilidade de ganhar dinheiro, decidiu criar um aplicativo com a meta de faturar US$ 600 por mês, o suficiente para cobrir o aluguel.

Segundo o Globo, para criar o primeiro aplicativo, McKendrick contratou pela internet um programador da Romênia que deu conta do trabalho. As vendas foram boas. Pouco tempo depois, ele construiu uma versão em áudio do aplicativo, que foi um grande sucesso e levou o faturamento mensal para US$ 6 mil. No primeiro ano, o aplicativo de áudio teve receita de US$ 73.034, e, no segundo ano, o número subiu para US$ 100.134. O negócio, criado para ser um complemento, se tornou sua principal fonte renda.

Em entrevista ao site GimletMedia, o empreendedor explicou o motivo pelo qual decidiu desenvolver o aplicativo da bíblia online, e afirmou estar triste por vender um produto no qual não acredita, porém, ele afirma não poder abrir mão do dinheiro, que está sendo empregado para financiar uma nova start-up. “Eu percebi que existiam poucos aplicativos da Bíblia em espanhol e todos eram horríveis”, disse o empreendedor. “Como seria se você vendesse livros do “Harry Potter” ou do “Senhor dos Anéis”, mas dissesse às pessoas que eles são reais? E se você dissesse para as pessoas que elas poderiam aprender a escrever encantamentos para curar os filhos? E se você vendesse isso como uma coisa real? Eu me sentiria horrível sobre isso, mas é a minha situação vendendo a Bíblia. Eu estou vendendo uma coisa que eu realmente acredito ser uma ficção”, lamentou.

McKendrick revelou que, devido o fato de seu e-mail de contato estar publicado na AppStore, por vezes, ele recebe mensagens de usuários pedindo para que ele reze por alguém, ou faça interpretações de passagens do livro sagrado. “Eles pensam que eu sou um padre”, contou.