Os trabalhadores da Educação do município de Salvador decidiram desobedecer as determinações do prefeito Bruno Reis (DEM) quanto ao retorno das aulas presenciais na cidade, marcado para segunda-feira (3). Conforme divulgado nesta quarta (28) pelo sindicato da Associação dos Professores Licenciados (APLB), é reivindicado que a volta às salas de aula só ocorra quando houver vacina contra Covid-19 para todos.
Haverá uma paralisação nos dias 3, 4 e 5 de maio, a fim de exigir a revogação do decreto. Já as aulas remotas terão continuidade de forma qualitativa, exigindo da Secretaria Municipal de Educação (Smed) o suporte necessário. Caso Bruno insista no retorno presencial, o sindicato prevê uma greve.
A decisão da APLB foi tomada durante reunião, na qual 98% dos trabalhadores presentes votaram contra as atividades presenciais e o restante a favor. “Revoga o decreto, prefeito! Não queremos morrer! Aulas remotas, sim!”, pedem. O sindicato conta estar alertando os governos do estado, de Salvador e de cidades do interior para a necessidade de imunização dos trabalhadores da Educação antes de um retorno presencial, bem como a garantia de um ambiente escolar seguro, isso desde o começo da pandemia.
Eles apontam ainda uma carência de servidores que atuem na limpeza, higienização e na confecção de merenda, sendo estes necessários para a manutenção das medidas sanitárias. “Não há como controlar o distanciamento, especialmente entre as crianças, levando-se em conta que também não há pessoal de apoio suficiente para ajudar a/o professor/a”, a APLB afirma.
Os trabalhadores da Educação se dizem indignados, especialmente após Bruno Reis divulgar em coletiva de imprensa que os professores são os únicos servidores que não estão trabalhando. A mesma afirmativa foi feita por ele em reunião, segundo o sindicato, que garante ter cumprido com as aulas remotas, mesmo sem apoio da SMED e cobra uma retratação.
O sindicato alega também perda de salário e pretende levar para a reunião estadual marcada para hoje a proposta de criação do Dia Estadual de Luta, com paralisação em apoio aos trabalhadores da Educação do município de Salvador, contra o Decreto de retomada das aulas presenciais e em defesa da vida.
A prefeitura de Salvador definiu uma retorno escalonado, com aulas semipresenciais, e vem vacinando trabalhadores da Educação em primeira dose, no entanto, este processo é condicionado à chegada de mais imunizantes. Bruno Reis alega que, caso os alunos não voltem a frequentar as unidades escolares, haverá o comprometimento do ano letivo e as escolas da rede privada serão amplamente prejudicadas. Segundo o gestor, caso mais unidades privadas fechem na capital, o município não terá vagas para contemplar esses alunos.
Ficou definido o distanciamento mínimo de 1,5 metro entre os indivíduos e permitido que apenas pessoas utilizando máscaras de proteção acessem as escolas, com exceção dos alunos entre zero e cinco anos de idade, bem como os com Transtorno do Espectro Autista (TEA) ou condição de saúde que impeça o uso.
Simples, quem não for trabalhar terá o dia cortado. Tenho respeito aos professores mas vejo muitos em festas e bares. Mas pra querem dizer agora que a escola é mais arriscado