Na manhã desta terça-feira (5), a Polícia Federal (PF) cumpriu mandados de busca e apreensão, e sequestro de bens. A operação, que foi autorizada pelo ministro Luiz Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), se refere a um inquérito aberto em maio de 2018 para investigar supostos repasses, estimados em R$ 40 milhões, da J&F a políticos do MDB durante a campanha eleitoral de 2014. A ação mira supostos operadores do repasse.

Foram intimados a prestar depoimento os senadores Eduardo Braga (MDB-AM) e Renan Calheiros (MDB-AL).

A defesa de Renan destacou que o senador “não foi alvo de operação. Entregaram uma simples intimação para prestar esclarecimentos. Nada mais que isso”. Já a defesa de Eduardo Braga afirmou que o senador recebeu uma solicitação para prestar esclarecimentos sobre inquérito em investigação no STF. Nas palavras do advogado, Braga “sempre se colocou à disposição para colaborar com qualquer investigação”.

MDB

As informações foram oriundas das delações da J&F e de Sérgio Machado, da Transpetro. Nos depoimentos, Sérgio Machado apontou ter chegado ao conhecimento dele que a JBS, empresa do grupo J&F, faria doações à bancada do MDB do Senado, em 2014, no valor de R$ 40 milhões. A doação seria um pedido do PT.

O delator disse ainda que seriam beneficiados com a doação alguns senadores: Renan Calheiros (AL); Jader Barbalho (PA); Romero Jucá (RR); Eunício Oliveira (CE); Vital do Rêgo (PB), hoje ministro do Tribunal de Contas da União; Eduardo Braga (AM); Edison Lobão (MA); Valdir Raupp (RO); e Roberto Requião (PR), “dentre outros”.

Depois, a PGR retirou da investigação Jucá, Lobão e Requião. E acrescentou Guido Mantega e Hélder Barbalho.

Apesar de diversas doações terem sido realizadas de forma oficial, o delator pontuou que “tratava-se de vantagem indevida, uma vez que dirigentes do PT estariam comprando o apoio de peemedebistas para as eleições de 2014 como forma de assegurar a aliança entre os partidos”.

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