Foi preso, nesta sexta-feira (31), em Camaçari, o homem acusado de assassinar Maria Regina Santos Pereira em dezembro de 2014 no bairro do Gravatá. O homem, identificado como Antônio Lázaro Portugal, é de Dias D’Ávila e tinha um relacionamento de pelo menos seis meses com a vítima na época do crime. Após investigações da 4ª Delegacia de Homicídios de Camaçari, Antônio Lázaro foi localizado no interior de São Paulo e detido.

Em entrevista ao Bahia No Ar, a delegada que comandou as investigações, Maria Tereza Silva, disse que na época do crime Maria Regina tinha 49 anos e mantinha um relacionamento escondido com o acusado a pedido dele. “A família não sabia de nada. Ele se aproveitou dela, pegou dinheiro e roubou”. Segundo as investigações, o crime teria ocorrido após Antônio Lázaro descobrir uma suposta traição por meio de mensagens vistas no celular da vítima. No dia do crime, 7 de dezembro de 2014, o casal estava na casa dela quando o acusado então a amarrou, espancou, desferiu 14 facadas pelo corpo dela e em seguida a asfixiou com um travesseiro.

Delegada Maria Tereza Silva / Foto: Ana Paula Maquiné

Após cometer o assassinato, Antônio Lázaro fugiu para o interior de São Paulo levando o celular, a máquina fotográfica e bijuterias de Maria Regina para forjar um latrocínio. O corpo, já em decomposição, só foi encontrado quatro dias depois pelo genro dela. Para chegar às conclusões do fato, a delegada Maria Tereza ressaltou que foi uma longa caminhada e contou com o apoio da família de Maria Regina.

“Primeiro eu pedi a prisão temporária de um outro homem que a família apontou como sendo o autor. Mas quando ele foi interrogado eu percebi que não era ele e continuei as investigações. Não sabemos se o que Antônio disse sobre as mensagens no celular é verdade, porque o aparelho foi vendido por R$ 50. Mas foi através do celular que o pegamos. Conseguimos uma foto dele, enviamos à Polícia Militar que reconheceu e o apresentou na delegacia de Dias D’Ávila que fez contato com a delegacia de Camaçari. Eu mandei busca-lo e ele está preso. Foi um grande trabalho de inteligência. Contei com a ajuda da família, da PM e da direção do Departamento de Homicídios”, destacou Maria Tereza.

Já Antônio Lázaro, que tem problemas com álcool desde os 11 anos, contou ao Bahia No Ar sua versão do crime e disse que Maria Regina, a princípio, tentou ameaça-lo. “Eu tentei terminar o namoro e ela tentou me golpear. Ela bateu a cabeça na parede do quarto e se machucou. Quando eu saí, ela se machucou de novo. Eu tentei pegar a chave da casa, mas não achei. Ela não queria entregar a chave. Infelizmente eu tive que golpear mais vezes pra ela parar de gritar. Quando eu saí, ela estava com vida ainda. Levei o celular porque fiquei com medo que ligasse para alguém”, detalhou o acusado.

Foto: Divulgação

Antônio Lázaro segue em prisão preventiva na 4ª DH e em seguida será pronunciado para que seja julgado por um tribunal de júri. “Hoje eu digo que este é um caso de feminicídio. Na época do crime a lei ainda não estava em vigor e não tínhamos certeza de quem foi o responsável”, disse a delegada que aproveitou para alertar as mulheres que vivem qualquer tipo de relacionamento. “Que as mulheres não tenham vergonha de falar para os familiares sobre sua vida. Tire foto. Se tiver carro, tire foto da placa. Hoje, ocultar informação não significa proteção. E sim, é estar em risco”, concluiu a delegada.

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