Após serem conduzidos e apresentados a Polícia Federal em Salvador, os cinco suspeitos de atear fogo no prédio da Secretaria de Infraestrutura de Camaçari (Seinfra) retornaram a 18ª Delegacia Distrital (DT/Camaçari) e estão à disposição das investigações. Eles são acusados de venderem vagas no programa federal de habitação Minha Casa, Minha Vida e de tentaram por meio de ações incendiárias apagar provas.

Após três ações, em março, outubro e em novembro em que o grupo é acusado de incendiar as estruturas do órgão público, foi efetivada a prisão desse grupo em uma operação que mobilizou as polícias Civil e Militar de Camaçari, realizada na noite desta segunda-feira (13/11). Os presos são: Marizete Pereira da Encarnação, Luiz Carlos Silva dos Santos, também conhecido como Lula, Andréia Cristina Amélia do Nascimento e Jorgeane Paixão de Souza, mais conhecida como Jeane, sendo que esta última, confessou ter sido a mandante do crime, segundo informou a delegada.

O crime

A delegada titular da 18ª Delegacia Territorial (DT – Camaçari), Taís Siqueira, confirmou que o incêndio criminoso foi, de fato, realizado com o intuito de tentar destruir as provas de um crime: um esquema de fraude que consistia basicamente na cobrança indevida de valores para pessoas cadastradas no programa federal Minha Casa Minha Vida, sob a falsa promessa de garantia e contemplação com um imóvel.

“A intenção era destruir provas mesmo, não sabendo que todos os dados já haviam sido digitalizados. As provas estão protegidas”, ressaltou, referindo-se ao equívoco do grupo, detido em flagrando por associação criminosa, ao pensarem que os documentos que os comprometiam estavam apenas em meio físico.

E falando em provas, a análise dos referidos documentos já comprovou que mais pessoas estão envolvidas no golpe. “Os que foram presos não são os cabeças, nós ainda vamos chegar neles. Esse é apenas um dos grupos que recebiam o dinheiro das pessoas. Existia uma hierarquia no esquema de fraude. Já estamos investigando outros nomes, inclusive pessoas que faziam parte da Secretaria de Habitação. Tenho alguns, mas não vou revelar para não atrapalhar a investigação”, contou a delegada.

Taís, no entanto, fez questão de ressaltar que os documentos não apontam qualquer envolvimento por parte dos então gestores das pastas em 2016, ano em que a fraude funcionou, segundo a apuração.

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