Nesta segunda-feira (21/12), o diretor de emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS), Michael Ryan, destacou que a nova variante do novo coronavírus (Covid-19) “não está fora de controle”. No entanto, enfatizou que bloqueios adotados por diferentes países são medidas consideradas “prudentes”.

Um dia antes, no domingo (20/12), o ministro da Saúde britânico, Matt Hancock, afirmou que a variante B.1.1.7 estava “fora de controle”. Na ocasião, ele usou os dados para justificar as novas medidas de isolamento social adotadas às vésperas do Natal.

Em coletiva de imprensa, ao mencionar a taxa de reprodução do vírus, o diretor da OMS, Michael Ryan, alertou que a afirmação não é correta.

“Tivemos uma R0 (taxa de reprodução do vírus) muito superior a 1,5 em diferentes momentos da pandemia e conseguimos controlá-la. Portanto, essa situação não está, neste sentido, fora de controle”, disse Ryan.

Ryan ainda enfatizou que “embora o vírus tenha se tornado um pouco mais eficiente em termos de propagação, ele pode ser detido”.

“As medidas atuais são boas. Devemos continuar fazendo o que temos feito até agora”, orientou.

Outras informações

Ainda nesta segunda-feira, distintos países da Europa, bem como de outros continentes, decidiram aderir às restrições aos voos do Reino Unido, país onde uma nova variante de coronavírus foi detectada.

Ademais, OMS reiterou que ainda não existem evidências de que a nova mutação do coronavírus aumente a gravidade da doença.

“O Reino Unido relatou que esta nova variante é transmitida com mais facilidade, mas não há evidências até o momento de que seja mais provável que cause doença grave ou mortalidade”, explicou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.

Já a líder técnica da organização, Maria van Kerkhove, reforçou que todos os vírus passam por mutações e que cientistas de todo o mundo estão avaliando cada uma das mutações para entender sua importância.

“Estamos tentando determinar se a variação tem consequência para transmissão, se há diferença na severidade da doença, se há diferença na produção de anticorpos. Mas ainda não temos evidência de alterações no comportamento do vírus. Assim que nós soubermos, nós avisaremos”, contou.

O Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês) destacou que não há evidências de que essa nova cepa seja mais perigosa.

“Não há nenhum indício até este momento de maior gravidade infecciosa associada à variante”.

Segundo o ECDC, estudos estão sendo realizados para determinar o risco de reinfecções e a eficácia das vacinas.


A nova variante do coronavírus, que foi batizada de linhagem B.1.1.7, tem 23 variações genéticas. Algumas dessas sofreram mutações no espinho da coroa, que é a proteína responsável pela entrada do vírus na célula e é justamento isso que pode estar fazendo com que o vírus se propague de forma mais rápida.

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