O influenciador digital Igor Guimarães, de 24 anos, viralizou nas redes sociais com um vídeo gravado no dia 7 de Setembro. Na ocasião, o jovem conhecido como Borel passava pelo Porto da Barra quando viu a concentração de apoiadores de Bolsonaro e resolveu questionar se o Zoológico de Ondina havia mudado de lugar. Com as milhares de visualizações que ganhou, Borel passou a ter mais seguidores, mas também virou alvo de ataques racistas.

“Eu pensei que o Zoológico era na Ondina, chego aqui na Barra e está cheio de animal. Ó pra aí, véi. P*rra…Não entendi foi nada”, ele disse no vídeo, que foi compartilhado em seu perfil no Instagram. Ao Bahia No Ar o rapaz contou que se surpreendeu ao notar a quantidade de pessoas que ainda apoiam Bolsonaro.

https://www.instagram.com/p/CTho1I1AUuD/

“Diante da situação que o nosso país vive, ainda ter tanta gente apoiando o governo atual chega a ser revoltante”, conta. Revolta maior veio mais tarde, quando perfis de bolsonaristas se organizaram para atacá-lo nas redes sociais.

“Uai o macaco foi filmar os animais?”, “Quando for xingado de preto ou macaco vai pra delegacia procurar seus direitos”, “O zoológico deve ser aí mesmo macaco!!!”, foram alguns dos comentários recebidos por Borel na ocasião. Conhecido pelo conteúdo de humor que produz, o blogueiro tentou levar a situação na esportiva em seus stories, mas revela que ler esse tipo de coisa o afetou de maneira bastante negativa.

“Espero que tenha sido a primeira e última vez, não desejo isso a ninguém”, diz. Depois de refletir mais sobre o assunto, Igor Guimarães decidiu procurar as autoridades. “A princípio eu iria deixar pra lá, mas percebi que a melhor solução é denunciar, pois quem comete esse tipo de ato não pode sair impune de forma alguma e até mesmo para servir como incentivo para outras pessoas que sofrem com isso, denunciarem”, afirma.

O racismo, no entanto, não conseguiu impedi-lo de aproveitar a repercussão positiva do vídeo. Muitos foram os que se identificaram com sua fala e agora continuam acompanhando seu trabalho.

“A ficha ainda não caiu, mas me sinto como um ídolo de uma nação (risos). Muito gratificante saber que boa parte do público curtiu o conteúdo e, se Deus quiser, quero seguir adiante no ramo de influencer”, o estudante conclui.

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