A Família Rigueira, que manteve Madalena Gordiano em situação análoga à escravidão, em Minas Gerais, terá que pagar 14 anos de salários e direitos trabalhistas para a vítima, após acordo extrajudicial firmado junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT).
O acordo, definido em audiência na última terça-feira (19), diz respeito ao pagamento de 14 anos de salários mínimos para Madalena, com seus devidos direitos trabalhistas, além de uma indenização por danos morais. O descumprimento do que foi definido pode implicar em pagamento de multa no valor de R$ 100 mil, segundo informações do Metrópoles.
A história de sofrimento vivida por Madalena Gordiano pelas mãos da família tradicional dos Rigueira, no entanto, tem bem mais que 14 anos. Ela bateu na porta da família para pedir comida, em 1982, quando ainda tinha oito anos de idade. Maria das Graças Milagres Rigueira lhe prometeu adoção, mas lhe tirou da escola e a transformou em sua empregada doméstica.
Em 2006, Madalena passou a viver com a família do filho de Maria das Graças, tendo início o período de maior exploração. Dalton César Milagres Rigueira também administrava a renda oriunda de duas pensões que Gordiano recebia por ter sido casada com um ex-combatente da Segunda Guerra Mundial, em matrimônio tido como fraudulento e armado pela própria família.
O resgate de Madalena Gordiano se deu apenas em 28 de novembro de 2020, após denúncia de vizinhos e investigação do Ministério Federal do Trabalho.