Nesta quarta-feira (30), o presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou que irá conversar com o ministro da Justiça, Sérgio Moro, para que o porteiro citado em reportagem da TV Globo, na terça-feira (29), sobre o caso da vereadora Marielle Franco, seja ouvido pela Polícia Federal. A declaração foi feita durante uma coletiva de imprensa, na saída do hotel onde Bolsonaro está hospedado, na Arábia Saudita.

Nas palavras de Bolsonaro, “estou conversando com o ministro da Justiça para a gente tomar, via Polícia Federal, um novo depoimento desse porteiro pela PF para esclarecer de vez esse fato, de modo que esse fantasma que querem colocar no meu colo como possível mentor da morte de Marielle seja enterrado de vez”.

O presidente destacou ainda que, “o porteiro ou se equivocou ou não leu o que assinou. Pode o delegado [da Polícia Civil] ter escrito o que bem entendeu e o porteiro, uma pessoa humilde, né, acabou assinando embaixo”, completou.

Durante a entrevista à imprensa, Jair Bolsonaro também fez acusações ao governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC). De acordo com o mandatário brasileiro, Witzel participou em conluio com o delegado da Polícia Civil, encarregado pelo caso, para tentar incriminá-lo.

“No meu entendimento, o senhor Witzel estava conduzindo o processo com o delegado da Polícia Civil para tentar me incriminar ou pelo menos manchar o meu nome com essa falsa acusação de que eu poderia estar envolvido na morte da Marielle”, ressaltou.

Bolsonaro assegurou que foi informado por Witzel sobre a investigação, que corre em segredo de Justiça, no dia 9 de outubro, durante o aniversário do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes, no Clube Naval do Rio de Janeiro.

“Ele [Witzel] chegou perto de mim e falou o seguinte: ‘O processo está no Supremo’. Eu falei: ‘Que processo?’. ‘O processo está no Supremo?’. ‘Que processo?’. ‘Ah, o processo da Marielle’. ‘O que eu tenho a ver com o caso da Marielle?’. ‘Não, o porteiro citou o teu nome’. Ou seja, Witzel sabia do processo que estava em segredo de Justiça”, revelou o presidente.

Nas redes sociais, Witzel também decidiu se pronunciar. O governador do Rio lamentou o pronunciamento do presidente, feito ontem (29), também através das redes sociais

Para Witzel, a declaração de Bolsonaro foi “intempestiva”. Ele disse ainda que foi atacado injustamente e afirmou que “jamais houve qualquer tipo de interferência política nas investigações conduzidas pelo Ministério Público e a cargo da Polícia Civil”.

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