Uma moradora de cidade de Camaçari procurou o Bahia No Ar para denunciar a perseguição que estaria sofrendo por parte de um homem com quem alega ter vivido uma união estável por 15 anos. Aldenira Rocha do Nascimento conta que Josué de Jesus Menezes foi denunciado dez vezes, após episódios de agressões e ameaças cometidas contra ela e suas filhas.

Na noite de 23 de abril, a mulher foi à delegacia para denunciar que tinha sido atacada com socos na cabeça e empurrões, lesionando o pé direito ao se chocar contra a parede, em uma casa localizada no bairro do Machadinho. A perícia, que data do dia seguinte, identificou que Aldenira realmente sofreu lesões.

No entanto, segundo ela, a violência não teria começado aí. Na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), ela disse que, em 2017, o homem encostou uma faca em sua barriga e perguntou quantos golpes ela queria receber. Desesperada, a camaçariense implorou pela vida e acabou tendo a cabeça batida na parede várias vezes.

A denunciante fala ainda sobre um fato do mês de maio. “Depois que ele tentou me matar no dia 2 de maio, ainda abusou de mim e disse que era pra eu ir pra Deam, que me levava e deixava lá, só que vinha para o meu apartamento na Algarobas e pegava as minhas filhas depois”, relembra.

Família em pânico

Foto: Reprodução/Redes Sociais

As agressões e ameaças não seriam apenas contra Aldenira Rocha do Nascimento. Hellen Silva, sua filha mais velha, hoje com 18 anos de idade, também acionou as autoridades para relatar uma situação de violência, ainda em agosto de 2019. Josué teria cometido o ato ao ver a enteada dançando com a filha dele, fruto do relacionamento com Aldenira.

“Eu estava dentro da casa da minha mãe, no condomínio Algarobas. Estávamos, como sempre, eu e minha irmã, que tinha uns 7 anos. Ela me chamou pra dançar no nosso quarto, nada demais. Quando estávamos lá, ele entrou cheio de raiva e bateu na menina. Eu o empurrei e disse que ele não ia bater nela. Ele me bateu, me ameaçou, falou que ia mandar dar um tiro na minha cabeça”, Hellen relata, munida da documentação referente à denúncia.

Ela diz que, desde então, vem sendo perseguida por Josué de Jesus Menezes, já tendo perdido empregos por conta disso. Há relatos ainda de que o acusado teria ameaçado arrancar a cabeça de sua filha, de 10 anos, e depredado uma casa que está em nome dela. As vítimas afirmam que ele se dirigiu até a residência da ex-sogra para cobrar R$ 5 mil pelos passeios que fez com a criança. Duas bombas também teriam sido jogadas dentro do imóvel.

As vítimas têm medidas protetivas contra ele, mas estas não estariam sendo respeitadas. Aldenira Rocha do Nascimento conta que ele esteve na região onde ela mora, na terça-feira (26). A polícia militar foi acionada, mas não o localizou.

Áudios atribuídos ao suspeito foram encaminhados ao Bahia No Ar. Nas mensagens, supostamente enviadas a Aldenira, é possível ouvir as seguintes frases: “Você não sabe o que passa na minha cabeça. Cuidado que eu já estou lascado mesmo, sei não”, “Vou me acalmar porque o inimigo eu acho que está em mim. Ia fazer uma desgraça aqui agora, então é melhor eu me acalmar” e “Você não sabe o que me passou na cabeça naquela hora que eu estava indo lhe levar ali: acelerar essa desgraça desse carro, virar essa p*rra pra gente se f*der logo todo mundo junto e acabar com esse negócio. Você fica me desafiando”.

Ouça:

A família tem exposto a situação nas redes sociais, incentivando que vítimas de qualquer tipo de violência também procurem as autoridades. A Polícia Civil e Defensoria Pública estão a par da situação. A Ronda Maria da Penha é quem tem dado suporte a essas mulheres. Agora elas buscam justiça, alegando que estão presas em casa enquanto o agressor anda tranquilamente por Camaçari.

Procurada pela reportagem, a Polícia Civil informou que todas as providências de Polícia Judiciária foram tomadas. A Deam de Camaçari está finalizando o terceiro inquérito referente as denúncias realizadas por Aldemira. As autoridades detalham que, nos procedimentos anteriores, foram requeridas as medidas protetivas e, neste terceiro documento, outras medidas cautelares foram encaminhadas ao Ministério Público e aguardam resposta desse órgão.

Josué dá sua versão

Ao Bahia No Ar o próprio Josué de Jesus Menezes negou que tenha cometido os crimes descritos por Aldenira. “Está tendo uma desavença entre nós, sim, mas nunca atentei contra a vida dela, ela tem que provar judicialmente”, declara, afirmando ainda que Hellen Silva estaria incentivando a irmã mais nova a fazer danças impróprias e sinais de facção criminosa.

Ele acionou o Conselho Tutelar pela guarda da criança. O homem diz que nunca morou ou se casou com a mãe da menina. Segundo ele, os dois estavam em outros relacionamentos quando tiveram a filha, “fruto de uma traição”, em suas palavras.

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