Com um mês de greve, os professores da Universidade Federal da Bahia (UFBA) rejeitaram a proposta de reajuste feita pelo governo, na semana passada, e decidiram manter a paralisação, em assembleia realizada na tarde desta segunda-feira (29).
A decisão ocorreu no auditório da Faculdade de Arquitetura, no bairro da Federação, e contou com a presença de 137 professores. Todos aprovaram a continuidade da paralisação. A informação foi divulgada pela assessoria de comunicação da Sindicato dos Professores das Instituições Federais do Ensino Superior da Bahia.
Na quinta-feira (25), o governo apresentou uma proposta de reajuste de 21,3% dividido em quatro parcelas. A primeira delas, de 5,5%, para 1° de janeiro de 2016; a segunda, de 5%, para 1° de janeiro de 2017; a terceira, de 4, 75%, para 1° de janeiro de 2018 e a quarta, de 4,5%, para 1° de janeiro de 2019.
Os docentes, no entanto, consideraram a proposta do governo “muito abaixo da expectativa” e disseram que ela não é capaz de recuperar as perdas inflacionárias. Os professores também querem o fim dos cortes nos orçamentos das universidades.
Desde janeiro desse ano, a Ufba enfrenta contingenciamento mensal no orçamento que chega a 40%, além de contar com um déficit de R$ 28 milhões relacionado a débitos de 2014. Uma nova assembleia foi marcada para o dia 9 de julho.
A reitoria da UFBA informou, em nota, que reconhece a legitimidade do movimento de docentes e trabalhadores técnico-administrativos, que também estão com as atividades paralisadas, e que se mantém aberta ao diálogo com as categorias e com o Ministério da Educação (MEC).
Estudantes da instituição também decretaram greve. De acordo com a coordenadora-geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Ufba, a estudante de direito Lorena Pacheco, a mobilização dos alunos é em apoio aos professores e devido ao impacto causado pelo ajuste fiscal implementado pelo governo federal.
A Universidade Federal da Bahia conta com 35 mil alunos distribuídos em 100 cursos de graduação. A última paralisação dos professores da instituição foi em 2012. Além da UFBA, outras universidades do Brasil aderiram ao movimento e estão com as atividades paralisadas.