Foi-se o tempo que alcançar um bom resultado financeiro e atingir o máximo em eficiência operacional em uma empresa era o bastante. Atualmente, mais do que nunca, a preservação ambiental é uma estratégia cada vez mais usada pelas organizações que visam se manter competitivas. E um dos motivos para isso é que as empresas que possuem práticas sustentáveis, costumam ser melhores avaliadas por investidores que estão sempre atentos às preferências dos consumidores.

Uma pesquisa realizada pela Tetra Pak e publicada com exclusividade pelo Globo, mostra que os produtos recicláveis são valorizados pelos consumidores brasileiros. Esse estudo, que foi baseado em respostas de 6.500 pessoas em 13 países, revelou que 47% dos consumidores brasileiros procuram os selos ambientais ao comprar bebidas e 26% reconhecem o selo FSC® (Forest Stewardship Council).

Além disso, 81% dos entrevistados acham importante esse selo na embalagem indicando que o produto comercializado foi fabricado com uma matéria-prima de fonte renovável.

No entanto, mesmo com o aumento da consciência ambiental no País, o preço dos produtos ecologicamente corretos ainda é uma barreira para os consumidores. Contudo, essa é uma opinião que vem diminuindo (54% em 2015, 41% em 2017).

Para o pesquisador em energia do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Clauber Leite, as questões ambientais e sociais vêm se mostrando um fator decisivo no momento da compra. Para o especialista, mesmo o preço sendo um empecilho, o que mais atrapalha os consumidores é a falta de informações sobre os produtos.

Sustentabilidade da Bolsa

Criado em 2005 pela B3 (principal Bolsa de Valores brasileira), o ISE é um índice que mede a performance das empresas que se comprometem com economia sustentável. Nos 13 anos de existência, foi verificado que as empresas do ISE tiveram rendimento maior que o Ibovespa. O ISE com 213%, contra 201% do Ibovespa.

Apesar de não ser uma grande diferença, fica claro o interesse dos investidores em aplicar recursos em negócios sustentáveis e nas empresas engajadas com questões sociais e ambientais.

Em um estudo com o nome de “O impacto da Sustentabilidade Corporativa nos Processos e Performances Organizacionais” realizado pela Universidade de Harvard, foi verificado a performance das maiores instituições globais listadas em bolsas de valores. O estudo levou em consideração as políticas de sustentabilidade das empresas e dividiu as companhias em dois grupos: as de alta sustentabilidade (que possuem mais de 10 políticas nesse segmento) e as de baixa (com menos de 4 políticas e que iniciaram o processo nos anos 2000).

O resultado da pesquisa mostrou que o patrimônio das companhias de alta sustentabilidade aumentou 30% a mais do que as empresas do outro grupo. Além disso, a rentabilidade das companhias de alta sustentabilidade foi o dobro.

Para a diretora de Sustentabilidade e Comunicação da B3, Sonia Favaretto, esse resultado é motivado por alguns fatores. De acordo com a diretora, as empresas que se preocupam com sustentabilidade tendem a ter melhor governança e procuram se antecipar às questões regulatórias. Para ela, cumprir a lei é básico, todo mundo faz, porém, as empresas do ISE já estão de olho no próximo passo, e isso acaba sendo bem visto pelos investidores.

10 empresas mais sustentáveis do mundo em 2019

A 15ª edição do ranking Global 100, que lista as empresas mais sustentáveis do mundo, foi publicada em 22 janeiro de 2019. Entre as 100 corporações listadas, apenas quatro representantes brasileiras aparecem no ranking: Banco do Brasil (8º), Natura (15º), Cemig (19º) e Engie Brasil Energia (72º).

O ranking leva em consideração 21 métricas de desempenho, como a relação com colaboradores, gerenciamento de recursos naturais, receita limpa derivada de produtos e serviços sociais, entre outras.

Essa última edição do ranking Global 100 analisou 7,5 mil empresas com receita anual superior a U$$ 1 bilhão. As 10 empresas melhores classificadas foram:

Chr. Hansen Holding: o topo da lista desta 15ª edição do ranking ficou com a dinamarquesa Chr. Hansen Holding, que atua no setor de biociência desenvolvendo soluções naturais para as indústrias farmacêuticas, alimentícia e agrícola.

Kering SA: a francesa com sede em Paris, atua no mercado de artigos de luxo.

Neste Corporation: uma empresa finlandesa fundada em 2004. Sua principal atividade é a produção e comercialização de produtos de petróleo e serviços de transporte e de engenharia.

Ørsted: a quarta posição no ranking ficou para a companhia petrolífera estatal Dinamarquesa.

GlaxoSmithKline plc: fundada em 2009, a GlaxoSmithKline é uma companhia britânica e atua no ramo da saúde desenvolvendo produtos biológicos e vacinas.

Prologis Inc: Fundada no ano de 1983, a Prologis é uma empresa americana de investimentos imobiliários de logística.

Umicore: a multinacional fabricante de catalisadores para veículos já ocupou a primeira posição no ranking das empresas mais sustentáveis do mundo em 2013.

Banco do Brasil S.A: além de ser o banco mais sustentável do mundo, o BB é também a única empresa brasileira entre as 10 melhores colocadas no ranking. A alocação de R$ 193 bilhões para áreas de economia verde foi um dos fatores determinantes para alcançar essa posição.

Shinhan Financial Group Co: uma das dez maiores empresas do país, a sul coreana Shinhan Financial é uma corretora ligada ao Shinhan Bank, um dos maiores bancos da Coreia do Sul.

Taiwan Semiconductor: a décima posição no ranking ficou com essa empresa taiwanêsa que é a maior fundição independente de semicondutores do mundo.

Por agência digital emarket

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