Ataques simultâneos a duas mesquitas em Christchurch, na Nova Zelândia, deixaram 49 mortos e 48 feridos nesta sexta-feira (15), informou a primeira-ministra Jacinda Ardern. As autoridades ainda não divulgaram as identidades das vítimas.
Ao menos quatro pessoas envolvidas nos ataques foram detidas: três homens – dos quais um seria australiano – e uma mulher. A polícia local informou, porém, que não está descartada a hipótese de que outros agressores estejam envolvidos e estejam foragidos.
De acordo com o G1, o Conselho de Saúde do Distrito de Canterbury informou que 12 feridos estão em estado grave e precisaram passar por cirurgias. Entre os feridos, há crianças e adultos.
Um dos alvos do ataque contra a comunidade muçulmana foi a mesquita de Linwood, que estava lotada com mais de 300 pessoas, no subúrbio de Linwood, em Christchurch.
Um homem usou um rifle automático para atingir os fieis e transmitir o massacre, ao vivo, pela internet. O vídeo mostrou ele atirando sem parar enquanto caminhava.
Segundo testemunhas, o atirador usava capacete, óculos e um casaco em estilo militar. Ele entrou no prédio dez minutos após o início das orações, que começaram às 13h30 (hora local). Foi descrito como branco, loiro, magro e de baixa estatura.
Outra mesquita atacada foi a Masjid Al Noor, ao lado do Parque Hagley.
Dos 49 mortos até agora, 48 morreram baleados nas mesquitas e um foi levado com vida, mas morreu em um hospital.
A polícia confirmou que localizou um carro-bomba estacionado na Strickland Street, a cerca de 3 km do Hagley Park.
A primeira-ministra Jacinda Ardern disse que esse é “um dos dias mais sombrios e sangrentos da história do país”. “Esse tipo de violência não tem lugar na Nova Zelândia”. Ela definiu o ataque como “um ato de violência sem precedentes na Nova Zelândia”.
Ardern afirmou ainda que um dos atiradores é um cidadão australiano. Os quatro suspeitos sob custódia não estavam em nenhuma lista de observação por parte da polícia.
Ahmad Al-Mahmoud, de 37 anos, que rezava quando os disparos começaram, disse ao site Stuff que ele e outros fiéis quebraram vidros de janelas da mesquita para conseguirem escapar.
Pessoas que moram e trabalham na região dos ataques foram orientadas a permanecer dentro dos prédios e não circular pelas ruas até o final da tarde (horário local).
Os policiais também esvaziaram a Cathedral Square, onde um grupo de estudantes realizava uma manifestação pedindo ações contra o aquecimento global.
Todas as escolas de Christchurch foram fechadas e os pais dos alunos receberam mensagens avisando que seus filhos estão em segurança. Cerca de 750 crianças e adolescentes foram afetados. Várias estradas da cidade, entre elas Blenheim Rd, Moorhouse Ave e Brougham St, foram fechadas e seguem em monitoramento.
A polícia orientou para que todas as mesquitas do país fechassem suas portas até novo aviso.