“Enquanto a gente não criar a nossa bancada da favela, a bancada do negro, a bancada do tambor, a gente vai ter que pedir para eles entenderem o nosso problema”, a frase faz parte do discurso do rapper, ator e escritor carioca, MV Bill e traz à tona a luta contra o racismo no Brasil, bem como a importância da união entre os negros. MV Bill participou no início da manhã de hoje (13), do segundo dia de Festival Literário Nacional (Flin), realizado no bairro de Fazenda Grande II, em Salvador.

Ainda durante sua participação no evento, o rapper destacou como os negros que possuem certa fama no país precisam estar atentos à causa.

“Até os mais racistas, até os mais nojentos, passam a gostar daquela pessoa por ela ser famosa. Então, a fama, se eu não me cuidar, ela pode fazer com que eu ache que as coisas estão todas resolvidas. E não estão”, alertou.

Segundo o artista, o racismo no território brasileiro é extremamente cruel, porque é velado e só começa a ser pontuado quando é realizado de forma mais intensa, a partir do momento em que os negros começam a ocupar espaços importantes.

“Você tem que se preparar para se formar e se preparar para o ódio que vem junto. De nós, eles cobram uma postura que você não pode errar. Já que você está em um lugar que, entre aspas, não é seu, você não pode errar”.

Além de MV Bill, também participaram do evento o publicitário baiano Paulo Rogério Nunes e o jornalista e radialista Renato Cordeiro, responsável pela mediação do debate entre MV Bill e Paulo Rogério, com contribuição do público.

Além da mesa de debate, MV Bill também realizará um show à noite. A apresentação está programada para acontecer às 19h30.

Flin

O evento, que nesta edição discute a temática “Diversas Leituras & Novos Caminhos”, tem como objetivo promover ações de incentivo à leitura, formação de leitores e acesso ao conhecimento na esfera do livro e da leitura. Com iniciativa da Fundação Pedro Calmon (FPC), vinculada à Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult), o festival também aborda as linguagens utilizadas pela juventude como mecanismos de fortalecimento da identidade cultural.

O Flin, que teve início na terça-feira (11) e foi aberto com a presença do ator baiano Lázaro Ramos, segue até a sexta (15).

O evento já reuniu dezenas de pessoas, em sua maioria estudantes de escolas da rede pública da região, que integram o complexo de bairros de Cajazeiras, um dos mais populosos da capital baiana.

O evento é inspirado no sucesso da Festa Literária Internacional de Cachoeira, a primeira a ser realizada na Bahia.

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