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Um homem-bomba matou 72 pessoas do lado de fora de um parque público na cidade de Lahore, capital de Punjab, no Paquistão. Outras 340 ficaram feridas. A maioria das vítimas eram mulheres e crianças, segundo serviços de resgate locais. Jamaat-ul-Ahrar, uma facção do Talibã assumiu a autoria do ataque e afirmou que o alvo era a minoria cristã do país, majoritariamente muçulmano. Corpos ainda estão sendo retirados do local e os números podem subir. O último balanço foi divulgada na manhã desta segunda-feira (horário local) pelo inspetor adjunto da polícia Haider Ashraf.

Lahore, capital da província de Punjab, é o coração do território que dá apoio político ao premier. O país, de 190 milhões de pessoas, é atormentado pela insurgência talibã, gangues criminosas e violência sectária. Punjab é sua maior e mais rica província.

– A maioria das vítimas são mulheres e crianças – disse Mustansar Feroz, superintendente da polícia local.

O homem-bomba se explodiu no estacionamento do enorme parque Gulshan-e-Iqbal. Na hora da explosão, o local estava particularmente movimentado e repleto de famílias que passavam o fim de tarde, depois dos compromissos religiosos. Extremistas paquistaneses têm atacado minorias religiosas com frequência ao longo da última década. Cristãos, por sua vez, acusam o governo de poucos esforços para protegê-los.

Segundo um funcionário, entre os feridos há 50 crianças e várias mulheres, muitos em “estado crítico”. O chefe do Estado-Maior do Exército, general Raheel Sharif, presidiu uma reunião de emergência para coordenar a resposta ao ataque.

— Requisitamos a ajuda do Exército. Militares estão ajudando no resgate e na segurança — afirmou.

Testemunhas disseram ter visto partes de corpos espalhadas pelo estacionamento quando a poeira baixou após a explosão. Muitos dos feridos foram transportados para o hospital em veículos improvisados. Um médico descreveu cenas de horror no hospital onde trabalha.

O atentado coincide com várias manifestações violentas em outras partes no país, que vêm aumentando desde a controversa execução de Mumtaz Qadri, no final de fevereiro. Qadri foi condenado à morte depois de assassinar Salman Taseer, governador da província de Punjab de quem era guarda-costas. O político, uma das mais populares vozes seculares no Paquistão, foi morto quando prometia reformar as leis de blasfêmia. Ele havia defendido Asia Bibi, uma cristã condenada à morte pelo crime.