De acordo com dados fornecidos pela Controladoria-Geral da União (CGU), cerca de 680.564 servidores públicos foram cadastrados como beneficiários do Auxílio Emergencial de R$ 600, até meados de julho.

A CGU estima que os pagamentos irregulares acabaram provocando um prejuízo aos cofres públicos de quase R$ 1 bilhão.

Em um balanço disponibilizado anteriormente, referente ao mês de maio, o órgão havia apontado que, aproximadamente, 396.316 servidores haviam sido cadastrados e, com isso, o prejuízo naquela ocasião era de R$ 279,6 milhões.

Agora, com essa nova análise, que levou em consideração os primeiros pagamentos do auxílio, sendo contabilizado o período de abril até o dia 19 de julho, o valor pago indevidamente mais que triplicou.

Entre os beneficiários irregulares, estão nomes de funcionários públicos da União, além de colaboradores que atuam nos governos estaduais e municipais.

Segundo o balanço, que foi obtido em primeira mão pela GloboNews, ao todo, foram identificadas as seguintes fraudes: 613.431 agentes públicos, ativos, inativos ou pensionistas de governos estaduais, municipais e do governo do Distrito Federal recebendo o auxílio; 14.182 pagamentos a beneficiários que constam como agentes públicos federais, ou pensionistas;
52.001 pagamentos a CPF que constam como servidores militares da União, ativos ou inativos, ou pensionistas; e 950 beneficiários que constam como funcionários de empresas estatais federais.

A CGU resaltou que os cruzamentos foram enviados aos órgãos estaduais e municipais que forneceram os dados para análise. O Ministério da Cidadania (responsável pela gestão do Auxílio Emergencial), também recebeu as informações para decidir se bloqueia ou suspende os benefícios sob suspeita.

Em julho, o ministro da CGU, Wagner Rosário, garantiu que o governo já havia recuperado cerca de R$ 78 milhões em auxílios pagos indevidamente. O valor era referente aos 82 mil beneficiários irregulares, servidores públicos ou não.

O Auxílio Emergencial de R$ 600 foi criado em meio a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), que afetou significativamente a renda dos trabalhores, sobretudo, os informais. O benefício é destinado, justamente, para esse grupo, bem como para os que se encontram em situação de vulnerabilidade.

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