De acordo com uma pesquisa do Instituto Locomotiva, que foi obtida e divulgada pelo Valor, um terço das famílias brasileiras que pertencem as classes A e B solicitaram o Auxílio Emergencial de R$ 600, destinado, sobretudo, aos trabalhadores informais afetados diretamente com a crise provocada pelo novo coronavírus (Covid-19).
Esses dados são referentes aos últimos meses: 69% dos cadastrados desse grupo tiveram o benefício aprovado. Ou seja, cerca de 3,89 milhões de famílias mais ricas têm algum integrante recebendo a ajuda creditada pelo governo federal.
No total, foram ouvidas pelo instituto 2.006 pessoas, oriundas de 72 cidades de todo o território brasileiro, no período de 20 a 25 de maio. A margem de erro do levantamento é de 2 pontos percentuais (para mais ou para menos).
Ainda segundo a pesquisa, par obter o auxílio, os integrantes dessas famílias de classes mais altas estão omitindo a renda familiar durante o cadastro no site da Caixa Econômica Federal. O estudo detalha que são esposas de empresários, jovens de famílias de classe média e servidores aposentados e aponta denúncias realizadas nas últimas semanas.
Sobre o auxílio
O Auxílio Emergencial é creditado pela União e foi criado com o intuito de apoiar os trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEI) e desempregados (que não recebem seguro-desemprego).
De acordo com as regras estabelecidas, para ser aprovado no benefício, é necessário ter uma renda per capita de até R$ 522,50 mensais ou renda familiar de até R$ 3.135 (o que equivale a três salários mínimos).
Segundo a Caixa, até a terça-feira (2), já haviam sido pagos cerca de R$ 76,6 bilhões, para aproximadamente 58,6 milhões de beneficiários. No total, foram 108,5 milhões de pagamentos, uma vez que muitos beneficiários já começaram a receber a segunda parcela de R$ 600.
Outros 5,3 milhões de cadastros feitos pelo app e site estão em reanálise, e 5,7 milhões ainda passam pela primeira análise.
