O otimismo de investidores e empresários com a economia brasileira despencou no primeiro trimestre na comparação com os últimos três meses de 2019, conforme aponta uma pesquisa divulgada pelo banco UBS nas primeiras horas desta quarta-feira (29). O motivo? Os estragos provocados pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

O levantamento, realizado em 14 mercados, mostra que no primeiro trimestre, 44% dos entrevistados pelo banco estavam otimistas com a recuperação do país no curto prazo, o que significa dizer que eles acreditavam que essa retomada viria para um período que engloba os 12 meses seguintes. No entanto, um outro estudo sobre o tema, realizado no último trimestre do ano passado, quando ainda não haviam registros da Covid-19, esse percentual era de 68%.

Em escala mundial, também houve uma significativa perda de otimismo: de 60% para 40%, entre um trimestre e outro.

Para tentar conter o novo coronavírus, países estão adotando o distanciamento social e tiveram de interromper boa parte das suas atividades econômicas.

“96% dos investidores no mundo inteiro afirmam que a Covid-19 causou um impacto em seus estilos de vida. A maioria pratica o distanciamento social, evitando multidões e abstendo-se de viajar”, explica a vice-presidente divisional do UBS Global Wealth Management, Paula Polito.

O UBS entrevistou mais de 2.928 investidores e 1.180 empresários entre 1º e 20 de abril.

Ainda segundo a pesquisa, a doença é a maior preocupação entre investidores e empresários – alcança 57% dos entrevistados. Já 46% temem a desaceleração do mercado, enquanto 44% têm as questões políticas locais no radar.

Entre os investidores brasileiros, o impacto do coronavírus também lidera o ranking de maior preocupação. Mas há incertezas sociais e políticas citadas: 76% dos entrevistados citaram a Covid-19 como a maior preocupação; 54% temem eventuais protestos pelo aumento do desemprego; e 43% se preocupam com a possibilidade de integrantes da equipe econômica abandonarem o governo.

Existe ainda uma grande dúvida entre investidores e empresários, no que diz respeito ao momento em que o pior do coronavírus terá sido superado. O UBS mostra que 35% dos investidores avaliam que será em junho, 32% em setembro, 16% em dezembro e 17% apenas em 2021.

Casos

Na terça-feira (28), o Brasil registrou o recorde com 474 óbitos confirmados em apenas 24 horas, quantidade que elevou o total de mortes pela doença, chegando a 5.017.

O território brasileiro já superou a China (país onde teve início a pandemia), que registrou 4.643 falecimentos causados pela Covid-19.

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