A Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou no último domingo, 24, pelo menos 169 casos de hepatite aguda, geralmente em público de até 10 anos, em diferentes países da Europa. Após os registros das ocorrências, autoridades brasileiras estão em estado de alerta.

De acordo com a OMS, foram notificados 114 casos no Reino Unido, 13 na Espanha, 12 em Israel, nove nos EUA, seis na Dinamarca, pelo menos cinco na Irlanda, quatro na Holanda, dois na Noruega, dois na França, um na Romênia e um na Bélgica.

A maioria das notificações envolve bebês, crianças e adolescentes entre um mês a 16 anos. Do total, 17 (aproximadamente 10%) necessitaram de transplante de fígado e até o momento uma morte foi registrada.

No Brasil, ainda conforme a OMS, não há casos da hepatite infantil. No entanto, para a gastroenterologista e vice-presidente da SPRS, Cristina Targa Ferreira, casos da doença não devem demorar a aparecer no País e no Rio Grande do Sul.

“Pelo simples fato do adenovírus ser muito comum nas crianças. (Antes da flexibilização) a gente estava muito escondido, e agora as pessoas saem mais para a rua”, diz. “Estamos bem a par, procurando notificações e informações sobre isso (a hepatite)”, acrescenta.

Das 169 ocorrências até então notificados, 74 tiveram confirmação para adenovírus, sendo 18 para o adenovírus de tipo 41. Não está claro para os cientistas, se é um adenovírus realmente o causador das complicações e como ele pode estar agindo no corpo das crianças.

A médica Cristina Ferreira ressalta que qualquer vírus que infecta uma pessoa pode trazer problemas ao fígado e embora os adenovírus estejam mais atrelados a problemas respiratórios, eles também podem causar diarreia, dor de barriga e vômito. “Às vezes, ele (adenovírus) também pode fazer outras coisas, como tudo que é vírus pode, e uma dessas coisas é a hepatite”, enfatiza. 

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