Deu a lógica. Diante de um Barcelona "frio", em seu primeiro jogo de pré-temporada e ainda sem muitas de suas estrelas, o Bayern de Munique só teve o trabalho de jogar um pouco do seu melhor futebol para vencer. Na antítese do clássico europeu, o Bayern mostrou a força sob comando de seu novo técnico – o mesmo Pep Guardiola que levou os catalães às maiores glórias nos últimos tempos – e fez a festa da torcida na Allianz Arena com um triunfo por 2 a 0, na tarde desta quarta-feira, em amistoso que valeu a simbólica taça Uli Hoeness – homenagem ao presidente do clube alemão.
Nada, porém, lembrou os confrontos da semifinal da última Liga dos Campeões, quando os bávaros aplicaram 7 a 0 no placar agregado nos espanhóis. Depois de um primeiro tempo com os titulares disponíveis, Bayern e Barcelona descaracterizaram seus times com muitas substituições na etapa final. Melhor para a atual equipe de Guardiola, que venceu graças aos gols de Lahm e Mandzukic, um em cada tempo.
Do lado do Barça, Messi foi basicamente a única estrela. É fácil explicar: todos os atletas que disputaram a Copa das Confederações, como o lateral-direito Dani Alves e os meias Xavi e Iniesta, ainda não voltaram das férias. O Bayern, por sua vez, já tinha até Thiago Alcântara, que aproveitou a oportunidade para reencontrar os amigos do antigo clube – ele estreou no fim de semana, em torneio amistoso que os alemãs também venceram com tranquilidade.
De novo, só os uniformes
Lionel Messi avançou pelo campo de ataque, passou pela marcação com seus dribles de corpo e chutou. Para fora, raspando a trave de Manuel Neuer. Aconteceu com menos de um minuto na Allianz Arena. Um claro sinal de que era ele basicamente a única esperança do Barcelona diante dos atuais campeões europeus. Um jogo simbólico, mas que os catalães, praticamente sem todas as suas estrelas e ainda sem o técnico Tata Martino, poderia mostrar algo novo no primeiro amistoso da pré-temporada 2013/2014.
Poderia. Mas as novidades ficaram basicamente nos uniformes. O Bayern usava o seu terceiro modelo, em azul, que será utilizado em apenas alguns jogos fora de casa. O Barça foi a campo com a camisa que homenageava a bandeira da Catalunha, amarela e vermelha. De resto, uma pequena amostra do futebol dominante que os alemães preparam para sua primeira época sob o comando de Pep Guardiola, principal mentor de Messi e companhia nos últimos anos.
Fora a finalização do craque argentino, o Barça pouco conseguiu criar. Faltava material humano – o brasileiro Daniel Alves e os espanhóis que disputaram a Copa das Confederações ainda não voltaram de férias. Oportunidade para jovens como Tello, que chegou a assustar em jogada de fora da área, aos 37 minutos. E para Sergi Roberto, que tabelou com Montoya aos 17, mas não aproveitou o fato de estar frente a frente com Neuer. A melhor chance para os visitantes acabou saindo de um recuo mal feito por Rafinha. A bola carimbou a trave e saiu.
'Mais pronto', Bayern constrói resultado
O Bayern fez valer as honras da casa. Não no placar, como no confronto que ficou marcado pelas semifinais da Liga dos Campeões da temporada passada – um 7 a 0 agregado dividido com exibições fantásticas tanto na mesma Allianz Arena como no Camp Nou. Desta vez, não houve show de Ribéry, Robben, Thomas Müller. Apenas um domínio territorial, num ritmo um pouco mais comedido. Também teve gol: do lateral-direito baixinho Philipp Lahm, de cabeça, aos 13 minutos, após cruzamento do craque francês.
A vitória parcial foi uma vantagem merecida e previsível para quem contava com todos os seus destaques. O Bayern é hoje um grupo completo, com nomes de peso até mesmo no banco de reservas. Thiago Alcântara seria um deles, mas começou jogando contra o ex-clube. Deixou o time no intervalo com outras tantas mudanças que acabaram por descaracterizar o jogo.
O segundo tempo mostrou um novo Barça. Jordi Roura, técnico ainda na ausência do argentino Tata Martino, promoveu 11 substituições. Messi, obviamente, foi para o banco. E com ele o talento sobressalente dos espanhóis. Com tantas caras novas, o Bayern – que mexeu menos e pôs a campo alguns protagonistas que lhe restavam – seu deu melhor. Aos 41, selou a vitória por 2 a 0 e a posse do troféu Uli Hoeness graças ao faro de gol do croata Mandzukic, que aproveitou cruzamento de Diego Contento para completar para as redes. *Globoesporte.com