Na manhã desta terça-feira (18) o presidente Jair Bolsonaro informou que solicitou a realização de uma perícia independente sobre a morte do miliciano e ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar, Adriano da Nóbrega, que aconteceu no último dia 9, em um um sítio na zona rural da cidade de Esplanada, na Bahia.

Na saída do Palácio da Alvorada, Bolsonaro afirmou: “Primeiro eu estou pedindo, já tomei as providência legais, que seja feita uma perícia independente, que sem isso você não tem como buscar até, quem sabe, quem matou a Marielle. A quem interessa não desvendar a morte da Marielle? Os mesmos a quem não interessa desvendar o caso Celso Daniel”.

“Pelo que estou sabendo, o Ministério Público Federal da Bahia, não tenho certeza — [que] fique bem claro: não tenho certeza — vai cobrar uma perícia independente hoje. Primeiro passo para você começar a desvendar as circunstâncias em que ele morreu e por que. Poderia interessar a alguém a queima de arquivo. O que ele teria para falar? Contra mim é que não era nada. Se fosse contra mim tenho certeza que os cuidados seriam outros para preservá-lo vivo”, acrescentou Bolsonaro.

O miliciano Adriano da Nóbrega, que  estava foragido havia mais de um ano, era suspeito de comandar um grupo criminoso que cometeu dezenas de homicídios. Ele foi expulso da PM por envolvimento com o jogo do bicho e chegou a ser homenageado mais de uma vez pelo então deputado estadual, hoje senador, Flávio Bolsonaro, filho do presidente.

Ademais, Adriano também era investigado pela suspeita de envolvimento no esquema popularmente chamado de “rachadinha”, no qual funcionários do então deputado Flávio Bolsonaro devolviam parte do salário que recebiam na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

O miliciano também era amigo do ex-PM Fabrício Queiroz, que foi funcionário do gabinete de Flávio Bolsonaro e indiciou a mulher e a mãe de Adriano para trabalharem lá.

Morte de Adriano 

Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), Adriano da Nóbrega foi localizado e morto em um imóvel em Esplanada por equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), da Companhia Independente de Policiamento Especializado (Cipe) Litoral Norte e da Superintendência de Inteligência (SI) da SSP-BA.

A SSP-BA disse ainda que, no momento do cumprimento do mandado de prisão, o miliciano resistiu com disparos de arma de fogo e, com isso, acabou ferido.

Ele chegou a ser socorrido e levado a um hospital da região, mas não sobreviveu aos ferimentos e veio a óbito.

 

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