O presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial de Camaçari (Sindticcc), Antonio Ubirajara Santos Souza, conhecido como Bira do sindicato, explicou os motivos dos diversos acontecimentos envolvendo ele, sua família e membros da categoria nos últimos dias.

Em entrevista ao programa Acorda Bahia, da Rádio Sucesso FM 93,1, apresentado pelo radialista Roque Santos, na manhã desta sexta-feira (8), Bira contou os detalhes do atentado sofrido por sua mulher e filha no último dia 15 de abril. Quando homens dispararam tiros contra sua residência, no Parque Verde I, em Camaçari. Ele revelou que, há um ano, um grupo dissidente teria fraudado documentos e dado um rombo de mais de R$ 700 mil no Sindticcc. “É bom todos saberem que, diante de denúncias de um grupo que rachou no sindicato há um ano, eu busquei entender o que foi que estava acontecendo. Quando descobrimos, eu fui até a delegacia e prestei queixa do sumiço dos documentos do sindicato e das perseguições feitas a funcionários”, disse.

O GRUPO – Questionado pelo apresentador sobre quem eram as pessoas que forma este grupo qual Bira acusava os atos, o sindicalista revelou que o grupo era coordenado por Francisco Silva Filho, que, segundo ele, foi quem levou todos os documentos do sindicato e na época tentou se eleger para a presidência do sindicato, João Idelvan e Varteleon, e que todos foram expulsos. ”Visto os acontecimentos, montamos uma investigação interna para apurar os acontecimentos, mas eles não compareciam e quando eles se reuniam, eu não era impedido de participar da escritura das atas”, afirmou Bira, destacando que eles tentaram eleger Francisco como presidente, mas não conseguiram. “Reassumi a direção do sindicato, descobri a roubalheira e ofereci a denúncia ao Ministério Público”, completou.

DESVIOS – Bira explicou que o dinheiro do Sindticcc entra através de boleto bancário e que mensalmente os boletos eram encaminhados para o correio. E que foi interceptando este caminho que o grupo desviou dinheiro. “Eles interceptavam o caminho desses boletos, dizendo aos funcionários do administrativo que a conta do Sindticcc estaria com problemas. O pessoal entregavam os cheques e eles passavam recibos falsos para o administrativo. Fizemos uma investigação interna e descobrimos através de cópias dos cheques fornecidos pelas empresas em que eles aplicaram o dinheiro, além de saques em agências bancárias de Camaçari, Salvador, Alagoinhas e até no estado do Paraná”.

Bira afirmou que a situação chegou ao ponto de precisar colocar corrente com cadeado na porta da sala da administração quando fazia viagens para fora da cidade, para que este grupo não entrasse na sala e tivessem acesso aos documentos e, segundo ele, “impedir o grupo de se articular nas fraudes que cometiam”. “Na minha ausência eles agiam como bandidos dentro do sindicato”, afirmou o sindicalista.

ATENTADO – Bira acredita que o atentado do dia 15 de abril teria sido motivação deste grupo para assustá-lo, atacando sua família. “Eles sabem que nossa família é nosso bem comum, como eles não conseguiam me atingir, foram em minha casa, aproveitando que eu estava na faculdade, e foram em minha casa e começara a dar tiros”, firma. Questionado se ele tinha certeza que foi este grupo que atentou contra sua família, o sindicalista disse que o laudo da perícia policia sairá no próximo dia 15. Bira lembrou um fato acontecido em julho do ano passado, quando foi agredido fisicamente. “Lembro que eu cheguei por volta do meio dia da cidade de Araçás e fui recebido por socos e pontapés porque neguei renunciar a presidência do sindicato e eles não aceitaram”, concluiu.

Da redação Bahia No Ar