Parecia que, enfim, o Brasil ia quebrar o tabu de quatro anos sem vencer um país campeão do mundo de futebol com seu time principal. Contra a Inglaterra, na reabertura oficial do Estádio do Macaranã, a Seleção abriu o placar com Fred e jogava bem, mas foi surpreendida pela reação dos britânicos, levou a virada em 12min e só não frustrou mais a torcida carioca que lotou o complexo esportivo neste domingo por causa de Paulinho, que empatou no fim: 2 a 2. Rooney e Chamberlain marcaram para os ingleses.
O resultado mantém a equipe verde e amarela sem conseguir bater qualquer uma das grandes potências futebolísticas que já foram campeãs do planeta. Se o último triunfo foi na Copa das Confederações de 2009 contra a Itália, desde então o Brasil tropeçou diante de todos os rivais tradicionais: perdeu para a própria Inglaterra anteriormente, além de França, Argentina (duas vezes) e empate com os mesmos italianos.
E o duelo deste domingo ainda teve todos os ingredientes de como será o clima de pressão em cima do time verde e amarelo na Copa das Confederações. De vaias no primeiro tempo a gritos de "burro" contra Felipão, aliados também a aplausos e momentos de incentivo, a Seleção Brasileira jogou bem e validou um time para Copa das Confederações.
O próximo compromisso do time comandado por Luiz Felipe Scolari será no domingo, contra a França, na Arena Grêmio. Será o último duelo antes da estreia na Copa das Confederações, em confronto contra o Japão, marcado para o dia 15 de junho, no Estádio Nacional de Brasília.
Apesar de ter treinado com Fernando e Lucas de titulares em atividade aberta da Seleção Brasileira, o técnico Luiz Felipe Scolari optou por mandar a campo Luiz Gustavo formando trio com Paulinho e Oscar no meio, e Hulk para acompanhar Neymar e Fred no ataque. No esquema 4-3-3, o time sul-americano começou bem o duelo.
A aposta de Felipão surtiu efeito. Com maior posse de bola e diante de um time inglês visivelmente estranhando o calor, o Brasil foi para cima e poderia ter aberto o placar em ao menos três grandes oportunidades na primeira etapa, contando com Neymar inspirado. Logo aos 4min, o camisa 10 tentou de voleio, mas carimbou zagueiro que impediu o gol. Ao todo, o Brasil deu 20 chutes ao gol, contra três dos ingleses no primeiro tempo.
Neymar continuou bem na partida e recebeu dentro da área lançamento preciso de Daniel Alves, tirou o zagueiro Johnson da jogada e tocou para excelente defesa de Hart. O novo reforço do Barcelona ainda quase fez um golaço em seguida, ao driblar marcador e chutar tirando tinta da trave inglesa. Hulk, por sua vez, teve tempo para tentar, em vão, de letra.
Se no primeiro tempo a Inglaterra sentiu o forte calor do Rio de Janeiro, graças aos seus jogadores se encontrarem no fim da temporada europeia de futebol, o mesmo não ocorreu na segunda parcial. Já com as temperaturas mais amenas de fim de tarde, os ingleses voltaram melhor para a etapa complementar. Muito também pela proposta ofensiva de Felipão, que abriu o time com as entradas de Hernanes e Marcelo nos lugares de Luiz Gustavo e Marcelo.
Mesmo assim, foi o Brasil quem abriu o placar. Quando o torcedor carioca esboçava novas vaias, que já haviam ocorrido nos primeiros 45 minutos, Hernanes arriscou finalização da entrada da área por cobertura e viu a bola explodir no travessão. Fred ficou com a sobra e, de voleio, anotou o gol da equipe de Felipão.
Minutos antes, Felipão havia sido chamado de burro por tirar Oscar para a entrada de Lucas, e não Hulk.
Mas a Inglaterra reagiu pouco depois. Com o Brasil apagado, o time britânico se lançou ao ataque com seu principal astro: Wayne Rooney. O atacante ajeitou bola precisa para Oxlade-Chamberlain na entrada da área, e o jogador finalizou no canto direito de Júlio César, empatando. O camisa 10 inglês ainda teve tempo de puxar contra-ataque e chutar com categoria, encobrindo Júlio César.
E quando tudo se encaminhava para o revés brasileiro, Lucas desceu pela direita e cruzou fechado para a área britânica. O corintiano Paulinho apareceu sozinho e, de voleio, acertou o canto esquerdo do goleiro Hard, marcando um belo tento, deixando tudo igual no Maracanã e dando números finais ao clássico mundial. *Portal Terra