O Brasil foi um dos países onde mais rapidamente se obteve o sequenciamento do genoma do coronavírus Covid-19. Em dois dias, a contar da confirmação do primeiro caso, um homem de 61 anos que viajara à Itália, equipes do Instituto Adolpho Lutz e do Instituto de Medicina Tropical, em cooperação com a Universidade de Oxford, no Reino Unido, conseguiram decodificar o RNA do vírus. A média em processos desse tipo é de 15 dias.

Outra medida da importância da descoberta para a Ciência brasileira é o fato de que na Itália, hoje o foco de expansão da doença na Europa, não se obteve ainda o sequenciamento. O Brasil tem dois casos confirmados, e 433 suspeitas, tendo descartado outros 162 casos após os testes clínicos e laboratoriais.

A pesquisadora Jaqueline Góes, formada pela Escola Bahiana de Medicina e especializada no Instituto Gonçalo Muniz, da Fiocruz, coordenou a equipe que sequenciou o genoma do corona vírus no primeiro caso no Brasil.

Ela explicou que as duas cepas sequenciadas no País não obrigam, pelo que se sabe até o momento, à adoção de protocolos distintos de tratamento, nem implicam sintomas diferentes. As mutações refletem a adaptação do microorganismo ao hospedeiro humano; o ritmo de mutação do novo coronavírus é de uma vez por mês. Mutação inferior ao vírus influenza, que ocasiona diferentes tipos de gripe, obrigando ao desenvolvimento de uma nova vacina a cada ano.

 

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