Houve uma grande sinergia entre torcida e Seleção Brasileira. Houve um espetáculo da Arena Castelão no Hino Nacional. E houve também uma ótima atuação da equipe de Luiz Felipe Scolari. Em meio a muitos protestos pelo Brasil e também em Fortaleza, nos arredores do estádio, a Seleção passou pelo México por 2 a 0, na tarde desta quarta-feira, na capital cearense. E poderia até ter sido mais.
Neymar, que fez mais um gol de sem pulo no início do jogo e deu a assistência para o gol de Jô no final, comandou atuação dominante da Seleção Brasileira. Mas esbarrou em finalizações imprecisas e em boas defesas do goleiro Corona. Mesmo assim, o Brasil conquistou seu terceiro triunfo consecutivo, e também o terceiro sem sofrer gols. De quebra, encaminhou a passagem para as semifinais da Copa das Confederações.
Com 6 pontos e na liderança do Grupo A, a Seleção Brasileira só fica de fora da próxima fase com uma improvável combinação de resultados. Ainda nesta quarta, grudará os olhos em Itália x Japão e, apenas em caso de vitória japonesa, não terá a vaga assegurada. Mesmo assim, com cinco gols de saldo positivo, corre poucos riscos. A participação na primeira fase se encerra no sábado, contra a Itália, em Salvador.
Hino Nacional em coro embala início fulminante, e Seleção supera o México
O encanto brasileiro no Estádio do Castelão começou antes de a bola rolar, mas os jogadores já estavam em campo. Perfilados, se abraçaram quando o Hino Nacional começou a tocar nos altos falantes. Cantaram com a mesma emoção que brotava das arquibancadas. Até mesmo quando o serviço de som parou, o torcedor cearense, e brasileiro, seguiu até o fim. Até o "Pátria Amada Brasil". Emblemático.
A sensível evolução do Brasil nos últimos jogos ganhou um novo combustível. A Seleção foi ao jogo com motivação, ordem e se impos. Antes de o placar ser aberto aos 9min, já eram três boas oportunidades criadas na área mexicana. Com Fred e Neymar, com Marcelo e, depois, com gol anulado de Oscar por conta de impedimento.
O domínio brasileiro era evidente e precisava se traduzir no marcador, uma missão destinada a Neymar. A Seleção progrediu em toques curtos pela direita: de Paulinho para Hulk, dele para Dani Alves e do cruzamento dele para Fred. A bola espirrada se destinou aos pés do camisa 10. E Neymar novamente honrou o número que tem às costas. Ajeitou o corpo e fuzilou, sem deixar cair no chão, com a perna esquerda. Corona nem tinha o que fazer.
O Brasil continuou sua imposição técnica até os 25min. Criou dois lances belíssimos: no primeiro, Daniel Alves costurou a marcação dentro da área e tentou vencer o goleiro mexicano na cavadinha – mas ele conseguiu impedir o gol com um leve toque. Pouco depois, uma pintura de Neymar quase morreu nas redes. Fred passou em contragolpe e o camisa 10 ajeitou com o peito, em velocidade, e ali já venceu a marcação. Arrancou e de pé esquerdo – como no gol – desferiu o golpe, mas por cima.
Os mexicanos se ressentiram da formação cautelosa de José Manuel de la Torre para tentar reagir. Giovani dos Santos, Chicharito Hernández e Guardado pouco conseguiram criar, ainda que com um domínio territorial na segunda parte da primeira etapa. Os únicos dois sustos foram impostos em vacilos defensivos de Marcelo. Em um deles, Mier chutou com força rente ao poste de Júlio César.
As cartas no segundo tempo continuaram sendo dadas por Neymar, que saiu da ponta esquerda para jogar no centro. Embalado pelo público que empurrava a Seleção Brasileira, ele participou diretamente de três ótimas jogadas que não viraram gol. Primeiro ao servir Hulk por elevação, em bonita tabela que o companheiro desperdiçou. Depois, ao levar Salcido na velocidade e chutar para fora. Por fim, Paulinho arrancou do meio, deixou três para trás e serviu Neymar. Corona pegou.
Felipão fez as trocas de sempre: Hernanes, Lucas e Jô entraram nas vagas de Oscar, Hulk e Fred. E no final, ainda deu tempo para uma pintura de Neymar. O atacante passou como quis por dois marcadores na esquerda da área e tocou para Jô no meio, deixando o centroavante na boa para balançar as redes. *Terra.