Após a recomendação do Ministério Público da Bahia, foi definido que os clássicos BaVi das finais do Campeonato Baiano de 2018 terão novamente a torcida única. Em entrevista à TV Bahia, o promotor Olívio Campinho justificou os motivos que o levaram a tomar essa decisão, inclusive citando números para embasá-la.

“A briga entre torcidas na Baixa dos Sapateiros no dia do jogo mostra esse clima de rivalidade agressiva e violência que vivemos. A situação que vivenciamos ano passado, os seis Ba-Vis bem-sucedidos, exitosos, sem nenhuma ocorrência, sem fatos violentos ou confrontos, com incremento de público. Comparamos jogos de 2016 com os do ano passado. Nas finais do Campeonato Baiano houve incremento de mais de 30% do público. O público passou a ir ao estádio por se sentir mais seguro. Os 10% da torcida visitante deixaram de ir, mas se ocupou aquele espaço e teve um incremento de mais de 20%. Fatos aconteceram nesse Ba-Vi. Torcida que foi para o portão da torcida visitante contra a deliberação da polícia. Vimos torcida depredando sanitário, derrubando alambrado, tivemos depredação de ônibus com vítima. Na Baixa dos Sapateiros tivemos disparo de arma de fogo. A gente está tentando tomar providências para que não ocorra algo pior”, explicou.

O promotor ainda ressaltou que a confusão ocorrida dentro do campo envolvendo os atletas das duas equipes, no clássico do último dia 18 de fevereiro, no Barradão, não foi um dos motivos determinantes para o retorno da torcida única.

“Esse fato não repercutiu na recomendação que expedimos. Estou sendo honesto. Óbvio que precisa ter a conscientização dos jogadores e dirigentes esportivos, principalmente, que eles podem estimular ou inibir atos de violência com suas próprias atitudes. É preciso que tenham consciência disso”, esclareceu.

Por fim, Olívio Campinho levantou a possibilidade de rever a decisão futuramente e também cobrou punições exemplares àqueles envolvidos em atos de violência.

“A princípio [a torcida única] é para todos os Ba-Vis de 2018. Sempre existe a possibilidade de reavaliar. Mas a própria CBF está comungando com nosso pensamento. No dia em que punirmos exemplarmente os autores dos fatos, e que eles forem condenados, cumprirem pena, todos eles, e servirem de exemplo para os outros, conseguiremos avançar. Mas não podemos apenas esperar e confiar nessa solução, temos uma questão emergencial para resolver. Não podemos deixar o que aconteceu no primeiro Ba-Vi de 2017 e no primeiro Ba-Vi desse ano. Fatos ocorreram fora do campo”, declarou.

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