A crise diplomática provocada por declarações de membros do governo federal pode estar atrasando o envio de insumos para a fabricação da CoronaVac, vacina produzida pelo Instituto Butantan. A afirmação foi feita pelo presidente do instituto em questão, Dimas Covas, nesta quinta-feira (6).

Ao entregar uma nova remessa de um milhão de doses ao Programa Nacional de Imunização (PNI), Covas disse que o governo chinês tem demorado a autorizar o envio do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) e por isso, pode ser que não haja matéria para produzir a CoronaVac. ”Pode faltar? Pode faltar, e aí nós temos que debitar isso principalmente ao nosso governo federal, que tem remado contra”, culpou.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB) também esteve presente e endossou o discurso. “Já se criou um profundo mal-estar na chancelaria e na diplomacia chinesa e eu quero registrar meu protesto contra essas sucessivas declarações agressivas e absolutamente desnecessárias”, destacou.

Em recente reunião na qual não sabia que estava sendo gravado, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que a China havia “inventado” o coronavírus e criticou a eficácia da vacina desenvolvida no país. Vacina com a qual ele próprio foi imunizado. Já nesta quarta-feira (5), o próprio presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que a criação do vírus pode fazer parte de uma guerra química bacteriológica.

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