Nesta quinta-feira (4), o programa ‘Conectados’ (transmitido pelas redes sociais do Bahia No Ar) teve como um dos convidados o pré-candidato a prefeito de Lauro de Freitas, Gustavo Ferraz. Na ocasião, um dos focos do bate-papo virtual foi o enfrentamento do novo coronavírus (Covid-19) na região. Os números por lá não são nada animadores, muito pelo contrário, no boletim divulgado pela prefeitura na presente data, a cidade aparece com 608 casos confirmados e 16 óbitos.

Questionado pelo radialista Roque Santos se houve e onde está o “erro” da gestão, Gustavo destacou que faltou “transparência na aplicação de recursos públicos”.

“Eu acho que houve um erro de origem nessa questão, que vai desde a ausência de uma nota técnica lá no começo, quando a Secretaria de Saúde junto com a prefeita [Moema Gramacho] já deveriam estabelecer os protocolos de enfrentamento à pandemia, logo no começo de tudo, e acho que muito em função disso, da ausência de transparência na aplicação de recursos públicos e, justamente, na falta de entendimento do problema assim enfrentado. Lauro de Freitas, hoje, na minha opinião, tá sem controle. Esses seiscentos [600] casos de laurofreitense infectados, com certeza, são muito maiores, porque a forma como a prefeitura está tratando isso, pedindo para que as pessoas, ao sentirem algum sintoma se encaminhem a uma unidade de saúde, eu não acredito que isso deva ser a melhor forma”, começou.

Em seguida ele exemplica sua fala citando o bairro de Caji, que no boletim municipal aparece como a segunda localidade mais afetada no município; já são 85 pacientes que testaram positivo por lá.

“Por exemplo, logo no início, nós tínhamos ali o Caji, que é um bairro com muitos empreendimentos da MRV, de pessoas que são moradores de Lauro de Freitas, mas dormem em Lauro de Freitas e a maioria delas trabalha em Salvador e na região metropolitana. Ali, naquele momento, esse bairro já deveria ter sofrido uma interdição da prefeitura com limpeza de logradouro, o acesso a esses empreendimentos, permitindo e pedindo para que as pessoas utilizassem máscara, isso deveria ser distribuído. E, também, já fazendo a testagem desses moradores ao saírem e ao entrarem nesses condominíos. Enfim, a coisa foi se avolumando, a prefeitura, para você ter uma ideia, isso eu falei bem no começo, Lauro de Freitas é uma cidade muito adensada, o que é que é o adensamento? São muitas casas próximas uma das outras. Aqui, é uma cidade que só tem cinquenta e sete quilômetros [57 km], cinquenta e oito [58], aproximadamente. Mas, são três [3] mil residências por quilômetro [km]. Então, são residências muito próximas uma das outras, o que favorece a infecção das pessoas. Então, aqui, já deveria ter lugares que, ao se identificar familiares infectados, a própria prefeitura colocaria esses familiares, essas pessoas, esses moradores de Lauro de Freitas em lugares aonde eles pudessem ficar em quarentena, afastados de seus familiares”, opina.

“Para você ter uma ideia, hoje, eu vi pela primeira vez a prefeita dizer que em Itapuã tem uma unidade do Governo do Estado, e que lá, estão sendo encaminhados os moradores de Lauro de Freitas. Mas, só agora? Quer dizer, nós estamos falando aí de uma pandemia que ela começou a crescer já bem antes do final do carnaval, entramos em quarentena no dia quinze [15] de março. Nós, hoje, estamos em quatro [4] de junho e, efetivamente, a gente não consegue ver medidas que façam com que a gente tenha um acesso maciço as pessoas, aos trabalhadores. Isso já deveria estar acontecendo em todos os bairros, barreiras sanitárias, na saída e na chegada desses moradores, para que fossem medida a temperatura deles em todos os lugares”, complementa.

Ferraz pontua ainda que não faltam verbas em Lauro de Freitas. Ele informou que foi aberta uma representação junto ao Minsitério Público Federal, com o intuito de que, por meio do Ministério Público, possa ser identificado como está sendo aplicado os recursos municipais.

“O dinheiro existe, e essas medidas já deveriam estar acontecendo no município e, lamentavelmente, o que a gente vê é um ‘cachorro correndo atrás do rabo’, se assim eu posso dizer. Eu acho que a prefeita deve acordar durante a noite e dizer assim ‘qual será o problema que eu vou enfrentar amanhã?’. E ela vai tratar desse problema, ao invés de planejar as ações de saúde ao longo desse período, que nós tivemos como planejar pra que esse processo tivesse absolutamente sob controle. Não adianta você falar em salvar vidas e defender a vida, quando, na verdade, você aplica mal os recursos, e ao aplicar mal esses recursos você coloca todas as vidas das pessoas que moram aqui, dos que trabalham aqui, em risco. Então, a luz dessa questão é que nós ontem [quarta-feira, 3 de maio] ingressamos aí com uma representação junto ao Minsitério Público Federal [MPF] pra que o Ministério Público possa identificar aonde estão sendo aplicados esses recursos, já que no sistema de integração, o SIGA [Sistema Integrado de Gestão e Auditoria], que é o sistema aonde nós temos que estar com todas as informações lá, a prefeitutra não abastece esse sistema, e tenho acompanahdo pelo Tribunal de Contas, desde novembro do ano passado [2019], e até esse ano, também não tínhamos nenhuma informação do que foi feito com os recursos do município”, afirma.

A entrevista completa você assiste clicando aqui.

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