Quem foi até o centro da cidade onde se concentra o comércio de Camaçari na manhã desta segunda-feira (20) encontrou as portas das lojas fechadas. Poucos comerciantes fizeram questão de abrir os estabelecimentos por conta do carnaval que segue ainda até esta terça-feira (21), com ressaca ainda na metade do dia de quarta-feira (22), a famosa quarta-feira de cinzas.
Quem quisesse abrir a sua loja poderia abrir. Nesse caso o acordo fica entre o patrão e o funcionário.Luciano Sacramento, presidente da Acec
Apesar de grande parte do comércio não ter funcionado, Sidney fez questão de trabalhar e abriu cedo a loja de roupas que gerencia na Avenida Getúlio Vargas. Ele conta que já perdeu muito dinheiro com a greve dos policiais e que pretende recuperar o que não ganhou. “Esses dias a coisa tá ruim mesmo. Primeiro foi a greve dos policiais que atrapalhou nas vendas, agora o carnaval que também mexe com a estrutura do comércio, é complicado”.
Sidney calcula uma porcentagem aproximada a 50% de queda nas vendas somando os dias que deixou de vender durante a greve e o carnaval de Salvador. “A perca foi tão grande, que chega próximo de cinquenta por cento do faturamento”, conta.
Para Sidney, fechar o comércio no período carnavalesco é deixar de ganhar dinheiro. “É exatamente nessa época que o pessoal procura muito por bermuda, camiseta, roupas em geral que são utilizadas no verão”.
Abraão Brito não concorda com o fechamento do comércio da cidade. “O carnaval é fora, em Salvador, acho que a gente deveria continuar o trabalho normal aqui. Eu mesmo, hoje, queria aproveita esse tem pó que a gente está folgando para pagar umas coisas e não posso”.
O presidente da Associação Comercial e Empresarial de Camaçari, Luciano Sacramento, disse que o sindicato entrou em acordo com o comércio para que o comércio parasse, mas que não foi uma determinação. “Quem quisesse abrir a sua loja poderia abrir. Nesse caso o acordo fica entre o patrão e o funcionário”, disse Luciano.
Por Henrique da Mata