Paulo Henrique sempre sonhou em ser jogador de futebol, atualmente criado pela mãe, ele teve o pai assassinado em Salvador aos 13 anos. Ele tinha tudo para cair no mundo da criminalidade, ser uma criança revoltada, mas a vontade de ingressar na área do esporte fez ele dar a volta por cima, e desenvolver um projeto social.
Aos 15 anos, o jovem foi para Sergipe em busca do grande sonho de ser jogador de futebol, essa realização foi interrompida com a morte da mãe do melhor amigo. Com isso ele voltou para Abrantes e resolveu ajudar os amigos que também tinham vontade de seguir carreira como jogador. Foi neste momento que surgiu o Abrantes Futebol Clube.
Sem verbas, com ajuda da mãe, Paulo Henrique se tornou exemplo na região, juntou os amigos, e foi em busca de doações como bolas, chuteiras, rede para levar em frente o projeto evitando que a criminalidade tomasse conta da mente dos jovens da região, que atualmente estão morrendo por ingressar cedo no mundo do crime.
Uma pesquisa realizada pela Secretaria dos Direitos Humanos neste ano, apontou que jovens de 12 a 18 anos morrem por envolvimento no mundo do crime. Dentre as 20 cidades que registram o índice de morte dos jovens, cinco estão na Bahia. Itabuna, Camaçari, Vitória da Conquista, Salvador e Feira de Santana.
Atualmente presidente do clube, ele vende as trufas que são feitas pelo atual companheiro da mãe. Os doces são vendidos nos ônibus, juntamente com um amigo de Abrantes que também participa do time. Com o dinheiro arrecadado, eles, pagam a passagem dos meninos que moram em Barra de Pojuca, Monte Gordo, Arembepe e demais regiões assim como utilizam na compra de materiais e frutas para os dias de treino.
Paulo Henrique hoje com 18 anos, é pai de uma menina de 6 meses e luta por dias melhores e segue em busca de ver o time crescer e se classificar entre os campeonatos. A vida deste jovem criado pela mãe, e com ajuda do padrasto é um exemplo a ser seguido.