A Ford inaugurou nesta segunda-feira (25) a linha de produção do New Fiesta hatch brasileiro, na fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista. O modelo nacionalizado chega às lojas no próximo dia 20. Até então, o carro era importado do México.

A montadora anunciou ainda que o New Fiesta Sedan também parou de ser trazido da fábrica mexicana desde que o modelo reestilizado no ano passado começou a ser produzido lá. Mas a Ford não diz se e a partir de quando vai fabricar o sedã no Brasil. "Hoje só vamos falar de Fiesta Hatch. O Sedan será outra história que falaremos depois", disse o vice-presidente da montadora, Rogelio Golfarb. As unidades do Fiesta Sedan que ainda estão à venda são as que ainda existem em estoque.

Assim, somente o Fusion continuará sendo importado do México pela Ford. "Estamos estudando também [trazer de lá] outro modelo", afirmou Golfarb, considerando que as cotas que limitam o comércio de carros entre os dois países foram aumentadas neste ano, como previsto em acordo entre os governos.

O New Fiesta hatch brasileiro será equipado com motor 1.5 e 1.6. Segundo a Ford, a versão topo de linha terá câmbio automatizado de dupla embreagem (até então o New Fiesta só era oferecido com motor 1.6 e transmissão manual). Além disso, essa versão mais cara terá freios ABS, sete airbags e sistema de interatividade Sync.

Detalhes de outras versões e preços só serão revelados na data do lançamento, mas a montadora adianta que o New Fiesta brasileiro concorrerá com modelos como Hyundai HB20, Chevrolet Onix e o Peugeot 208, que chega no mesmo mês e partirá de R$ 39.990.

O HB20 e o Onix têm versões mais baratas, na faixa dos R$ 30 mil, mas as que rivalizam com o 208 estão em uma faixa acima. Assim, o modelo praticamente vai manter os rivais do New Fiesta mexicano, que parte de R$ 45.370, cuja lista inclui outro modelo da General Motors, o Sonic, e o Fiat Punto.

"Este é o segundo carro global da Ford produzido no Brasil. Investimos R$ 800 milhões na fábrica, o que inclui a instalação do setor de pintura automatizado, o que aumenta a qualidade e o volume de produção", disse o presidente da filial no Brasil, o inglês Steven Armstrong. O outro modelo global produzido no país é o EcoSport, feito em Camaçari (BA).

Segundo a montadora, o New Fiesta brasileiro tem 75% de componentes nacionais, para atender às regras do novo regime automotivo, o Inovar Auto. No entanto, a nova transmissão automatizada é importada do México. É a mesma que equipa o EcoSport Powershift (leia impressões).

A estratégia de nacionalizar o New Fiesta havia sido confirmada durante o Salão de Paris no ano passado. No último domingo, a montadora mostrou o carro brasileiro pela primeira vez, em show realizado pela cantora Claudia Leitte também em São Bernardo. Do evento desta segunda participaram o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, o prefeito da cidade, Luiz Marinho, e representantes do sindicato local.

Rocam continua

Segundo o vice-presidente Golfarb, o New Fiesta hatch ainda vai coexistir com o Fiesta Rocam, geração anterior produzida na Bahia e que vem sendo alvo de promoções. Ela é diferenciada pelo nome do motor Rocam e possui opção 1.0, além do 1.6. Porém, deverá sair de cena nos próximos anos porque a Ford tem como meta, até 2015, vender no Brasil apenas carros produzidos em plataformas globais, ou seja, só modelos cuja base é a mesma em todos os países onde são oferecidos, como o New Fiesta e o EcoSport.

O New Fiesta hatch brasileiro já tem o visual da reestilização apresentada há seis meses, no Salão de Paris, que o deixou em linha com a identidade global da empresa. Seguindo detalhes estéticos introduzidos no novo Fusion, o modelo ganhou grade na dianteira, em formato de hexágono, e os faróis também foram remodelados.

Produtos globais

"A importação do New Fiesta foi a forma encontrada para adiantar a estreia desta plataforma no Brasil", explicou Golfarb sobre o início da produção local do hatch acontecer só agora. O modelo é vendido no país desde 2010. A nova geração do EcoSport, lançada no ano passado, foi o primeiro fruto dessa plataforma a ser produzido no Brasil.

Com a entrada do país na estratégia global da Ford para carros de segmento B (compactos), a montadora espera vender 2 milhões de veículos deste porte no mundo neste ano.

Recentemente, a fábrica de caminhões, instalada também em São Bernardo do Campo, recebeu investimento para a produção de um novo modelo para o segmento de extra-pesados, com capacidade de até 56 toneladas. O novo Cargo também é um produto global e completa a linha de veículos comerciais da Ford no país.

A atualização na planta do ABC aponta para renovação também no segmento de picapes compactas, representado pela Courier, que é produzida lá. Mas o vice-presidente da Ford não adiantou planos nesse sentido. Também está sob segredo a chegada do novo Ka, que atualmente é feito em São Bernardo. Há chances de que o modelo de entrada da Ford passe a ser produzido em Camaçari. Fonte; G1 Bahia