Uma plateia formada por amigos, familiares e amantes da arte lotou o Teatro da Cidade do Saber, onde ocorreu a cerimônia de abertura e acontecerão as apresentações dos próximos dias, com exceção da Exposição Literária, que ficará no foyer do teatro. A expectativa era grande por parte de cada um dos espectadores, que assistiam emocionados e aplaudiam com entusiasmo o belíssimo resultado de horas de dedicação à atividade escolhida pelos alunos.

No primeiro dia, a peça Auto da Compadecida, obra de autoria do saudoso romancista e dramaturgo Ariano Suassuna, arrancou muitas risadas do público. O espetáculo “O Sonho de Clarice”, em referência ao poema da escritora Clarice Lispector, comoveu aos presentes com a leveza dos movimentos das atletas da Companhia de Ginástica Rítmica.

A cada ano, a Cidade do Saber culmina as oficinas com um grande espetáculo. Em 2017, foi o Tropicália, e esse ano, Brasileiros. “Esse é um momento muito aguardado por todos nós, quando nossos alunos podem mostrar os conhecimentos adquiridos e as habilidades desenvolvidas”, declarou a secretária da Cultura, Márcia Tude, ao destacar que em 2018 foram ofertadas 45 oficinas e cursos.

A gestora da Secult lembra ainda que não se trata apenas de mostrar as técnicas ensinadas, mas de “apresentar todo um trabalho pedagógico desenvolvido com esses jovens, onde o conteúdo multidisciplinar por trás disso faz com que realmente o aluno saia daqui transformado pela arte”, explicou Márcia Tude, ao fazer referência ao acervo literário e musical levado para as salas de aula e que resultaram nas apresentações e nas homenagens a grandes nomes do cenário artístico brasileiro. “Com certeza vale a pena investir na cultura e fico feliz em saber que esse governo é tão sensível a isso”, finalizou.

O presidente do Conselho Municipal de Cultura, Tata Ricardo Tavares, ressaltou que por trás das apresentações existe todo um processo pedagógico, de conhecimento identitário e de formação, principalmente da memória e valorização da literatura baiana e brasileira. “Valorizar a cultura do nosso povo e da nossa literatura é tornar possível e acessível desenvolver as questões intelectuais de cada jovem que participou da culminância das oficinas. Isso é salvaguardar e reconhecer a cultura de dentro pra fora, é trabalhar a autoestima e a memória da nossa gente”, finalizou.

Nos bastidores, alegria, nervosismo e ansiedade tomaram conta das estrelas da tarde – os alunos. A jovem Kamilly Lorrana, 14 anos, ao longo do ano integrou o módulo um da oficina de teatro e hoje foi uma das personagens da performance que antecedeu a peça Auto da Compadecida. “Na oficina, mais do que gravar textos, aprendi disciplina, a falar com o público, trabalhei a concentração, além de adquirir uma boa bagagem cultural, pois o professor traz pra sala diversos temas atuais e conteúdos de arte que contribuem para o nosso dia a dia na escola”, disse, ao complementar: “teatro não é só um hobby, ele é essencial e todos deveriam viver essa experiência”, concluiu.

A professora de teatro, Brunele Moraes, lembra que a emoção de cada educador é singular. “Vê-los no palco é maravilhoso e um momento indescritível. Em nossa mente passa um filme, onde relembramos cada instante de dificuldade e superação. É muito bom ver a evolução deles, pois cada aluno procura a oficina por uma razão pessoal, como vencer a timidez ou a depressão”, disse orgulhosa.

Esse clima de emoção e alegria segue nos próximos dois dias, com uma programação diversificada, que inclui apresentações teatrais, de música instrumental, de canto e coral e de dança, todas feitas por alunos das oficinas da Escola de Artes da Cidade do Saber, como as turmas de balé clássico infantil e infantojuvenil, dança contemporânea infantil, dança de salão, canto e coral, grupo de teclado, bateria e violões, ginástica rítmica e também o grupo de percussão Levada do Saber.

Brasileiros, como foi batizada a programação que traz o resultado anual das oficinas da Cidade do Saber, faz alusão a grandes personalidades da arte brasileira. Na terça, primeiro dia do evento, as atividades fizeram referência a Clarice Lispector e Ariano Suassuna. Já na quarta, será a vez de Monteiro Lobato, Cecília Meireles e Vinícius de Moraes. Por fim, na quinta-feira, a mostra será encerrada com apresentações em homenagem a Jorge Amado, Guimarães Rosa, Osman Lins e Tom Jobim.

Confira a programação dos próximos dias:

12/12

15h – Balé Clássico Infantil: Monteiro Lobato Atravessando Gerações

16h – Dança Contemporânea Infantil: Espetáculo Liberdade – Obra de Cecília Meireles

17h – Balé Clássico Infantojuvenil: Monteiro Lobato Atravessando Gerações

19h – Dança de Salão: Espetáculo “Como Dizia o Poeta…”, baseado na obra de Vinícius de Moraes

13/12

16h30 – Levada do Saber: Show Salve Jorge – Obra de Jorge Amado

17h – Canto e Coral: Um Canto Ao Grande Sertão Veredas – Obra de Guimarães Rosa

17h30 – Grupo de Teclados e Bateria e Violões: Lisbela e o Prisioneiro – Obra de Osman Lins

18h – Orquestra de Violão: Simplesmente Tom Jobim

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