O sindicato dos metalúrgicos de Camaçari, na região metropolitana de Salvador denunciaram ao Portal Bahia no Ar que funcionários da Benteler (empresa alemã de componentes automotivos), situada no Complexo Ford, estão sendo monitorados por câmeras.

O caso não seria inusitado se muitas dessas câmeras não fossem instaladas nos capacetes dos próprios funcionários, que ainda segundo denúncia, o supervisor de Produção, através de um aplicativo, fica monitorando de casa os trabalhadores.

O sistema, já apelidado de Big Brother Benteler, vem causando conflitos entre trabalhadores e um supervisor local, que, segundo as reclamações, quando este fica cara a cara com os trabalhadores age com agressividade, realizando ameaças e assédio moral pra todo lado.

Outra denúncia envolve um posto de trabalho na linha de produção na suspensão dianteira, mais conhecida como Front, a operação 81. “A CIPA fez uma intervenção e depois colocado em Ata da copa as péssimas condições de trabalho e de segurança, com risco eminente de acidentes”, diz um trabalhador que pediu para não ser identificado.

câmera benteler
Segundo funcionários, supervisor de produção monitora de casa o trabalho da equipe no Complexo Ford.

Big Brother Benteler

Na última sexta-feira (8), os funcionários da empresa paralisaram as atividades após a empresa dar início ao procedimento de monitoramento através de câmeras instaladas na cabeça dos trabalhadores.
O Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari/CTB considera absurdo o uso de câmeras posicionadas na cabeça dos trabalhadores, pois causa imenso constrangimento no chão de fábrica e convocou a mobilização para enfrentar essa tentativa de coação da empresa.
Para a entidade, a Benteler tem todo o direito de monitorar o trabalho com câmeras de segurança colocadas nas suas instalações, onde bem entender, “mas instalar câmeras na cabeça dos trabalhadores só tem o único objetivo de assediar moralmente. E isso os metalúrgicos não vão permitir”, informou o sindicato.
Após a paralisação dos trabalhadores, a Benteler recuou e desistiu das câmeras. “Deixamos claro que não vamos aceitar esse tipo de monitoramento, que é abusivo e irresponsável, e só piora o ambiente de trabalho. O movimento no chão de fábrica está unido e vai enfrentar qualquer tentativa de intimidação da Benteler”, diz Júlio Bonfim, presidente do Sindicato.
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