O secretário de Desenvolvimento Urbano do estado, Carlos Martins anunciou nesta quinta-feira, 31, que desistiu de ser candidato a prefeito no município de Candeias, nas eleições que ocorrem em outubro deste ano.
Em nota pública, compartilhada através de uma rede social, o secretário, que na eleição de 2012 teve mais de oito mil votos, explicou os motivos que o levaram a abrir mão da candidatura e fez duras criticas a gestão do prefeito, Sargento Francisco, assim como, ao Partido dos Trabalhadores (PT), sigla pela qual é filiado.
De acordo com Martins, apesar de não ter levado a vitória, o partido não levou em consideração a quantidade de votos que obteve e escolheu trilhar pelo caminho mais fácil quando optou por apoiar a administração atual. “Infelizmente, o meu partido não fez essa leitura e preferiu trilhar pelo caminho mais fácil: do empreguismo oficial, do assistencialismo e da ausência de políticas de desenvolvimento e/ou políticas públicas”, falou.
O secretário ressaltou ainda, que apesar de não ser candidato, não se afastará do processo e enfatizou que permanecerá nas discussões que visam reerguer com seriedade propostas para o município.
Confira a nota na íntegra do Secretário Carlos Martins
Amigos,
Em 2012 a nossa candidatura, apesar de não ter sido vitoriosa eleitoralmente, mostrou para Candeias um novo caminho político. Conseguimos romper com o ciclo vicioso das disputas familiares, revelando ser possível descortinar horizontes fora das disputas tradicionais.
Infelizmente, o meu partido não fez essa leitura e preferiu trilhar pelo caminho mais fácil: do empreguismo oficial, do assistencialismo e da ausência de políticas de desenvolvimento e/ou políticas públicas.
Após quatro anos vimos o resultado de tudo isso: uma gestão caótica que aumenta o fosso entre Candeias e as demais cidades da Região Metropolitana de Salvador, e o que é pior, aprofunda ainda mais nossos problemas sociais. Ausência de projetos e, por conseguinte de políticas, falta de credibilidade política perante os governos Federal e Estadual, clientelismo e assistencialismo vulgar, sempre foram à tônica deste desgoverno.
Esse má gestão da cidade também é responsável por centenas de mortes devido à ausência de uma UTI no nosso destruído hospital, responsável ainda pelas mortes de jovens que, sem uma escola técnica ou uma universidade, são presas fáceis ao mundo do tráfico de drogas Isso sem falar do abandono dos distritos que carecem do mínimo de infraestrutura básica e onde as pessoas vivem em condições absolutamente precárias sem saneamento, posto médico e a mercê da violência urbana. A realidade de Candeias hoje é um verdadeiro caos na saúde, educação e políticas públicas.
Infelizmente, mesmo diante deste cenário, as forças políticas que discordam deste processo e que poderiam articular um amplo projeto de reconstrução da cidade, insistem em alternativas individuais baseadas em premissas falsas, sem analisar outros fatores que podem ser definidores num processo eleitoral. O ego fala mais alto.
Por isso, depois de muita reflexão e com o coração partido, resolvi tomar a decisão de não concorrer às eleições neste ano. Pesou na minha decisão a dificuldade de união destes setores, critérios de definição de candidaturas e ausência de uma discussão qualificada de um projeto de governo de união e reconstrução.
Estarei, a partir de agora, na trincheira para conduzir um grupo que esteja disposto a revolucionar a política de Candeias, elegendo um Legislativo comprometido com uma nova política na cidade e que rompa com a relação subserviente e oportunista com o Executivo.
Que o empreguismo oficial, às vezes fantasma, e o assistencialismo barato, dê lugar a ações que visem políticas sociais e públicas relacionadas à educação, cultura, esporte e lazer para todos e não apenas para cooptação política. Enfim, um Legislativo que construa alternativas para a saída do caos social que estamos submetidos.
Não me afastarei do processo, muito pelo contrário, estarei nas discussões que visem reerguer com seriedade propostas para nossa cidade. Não é hora de aventuras ou de práticas conservadoras na gestão. Precisamos olhar as práticas que deram certo na região e que melhoraram a vida das pessoas.
Dirijo-me especialmente aqueles quase nove mil votos que acreditaram que Candeias tem jeito. Continuemos acreditando, continuemos insistindo e vamos levar a frente nomes que compõem este projeto. Vamos em frente! Com entusiasmo e com motivação ainda é possível mudar as prática políticas de nossa cidade. Botemos a estrela no peito e digamos para todos que Candeias sim, tem jeito.
Carlos Martins