Os médicos que trabalham no Hospital Ouro Negro, em Candeias, Região Metropolitana de Salvador, ainda não receberam os salários referentes ao mês de dezembro de 2016. O presidente do Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia (Sindimed-BA), Francisco Magalhães, se reuniu esta semana com a Secretaria de Saúde do município e reforçou a necessidade da Prefeitura fazer o repasse.

De acordo com o sindicato, uma parte dos médicos da unidade de saúde também não recebeu o pagamento do mês de janeiro deste ano. O presidente afirma que a secretária Soraia Cabral sinalizou a possibilidade de fazer o repasse que deixou de ser efetuado pela terceirizada Centro Médico Aracaju (CMA), investigada pela Polícia Federal e afastada em 2016 da administração hospitalar.

Com a saída do CMA em decorrência da Operação Copérnico (de combate a fraudes e outros crimes na saúde), deflagrada em julho de 2016, o Hospital Ouro Negro passou a funcionar sob intervenção da Justiça Federal, cabendo à prefeitura repassar recursos para manutenção geral e pagamento da folha. Ainda segundo o sindicato, é necessário também o repasse das parcelas rescisórias devidas a estes médicos, referentes ao período 2014-2015.

Na oportunidade, os salários de dezembro de 2016 e janeiro deste ano dos médicos da Unidade de Emergência Luis Viana também foram cobrados. No próximo dia 5 de abril, acontece uma audiência na 1ª Vara da Justiça do Trabalho, em Candeias, por causa de “calote aplicado pelo CMA”, segundo o Sindimed que entrou no ano passado com uma ação civil pública visando o pagamento aos médicos.

O sindicato constatou ainda a carência de alguns medicamentos e material de reposição no Hospital Outo Negro. “Estamos de olho não só na necessidade de pagamentos em atraso como também nas condições de trabalho dos médicos, observou lamentando que a terceirização da administração da saúde pública geralmente resulte em mais desrespeito aos direitos do trabalhador e atendimento deficitário aos usuários”, afirma.

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