O sentimento de indignação disputa espaço com a tristeza no coração dos moradores do município de Candeias, cidade integrante da Região Metropolitana de Salvador (RMS), diante da aflitiva incapacidade de compreender uma tragédia totalmente desprovida de justificativa plausível. Partiu da arma de um policial militar – integrante de uma corporação cujo objetivo, em essência, é garantir a paz e a segurança dos cidadãos – o tiro que provocou a morte de um homem conhecido por seu talento, seu carisma contagiante, sua sensibilidade e habilidade transmitir sentimentos através da arte. Uma legião de amigos e admiradores inconsoláveis exige uma explicação, reivindicam a verdade, diante de tentativas de explicações que, para eles, passa longe de ser convincente.

Na manhã de hoje (segunda-feira, 23), dois dias após a morte do artista plástico Arnaldo Filho, o Nadinho, a busca por esclarecimentos ganhou um novo capítulo. Tal anseio mobilizou, também, o legislativo municipal. Alguns vereadores foram juntos até a 20ª Delegacia Territorial (DT – Camaçari), onde conversaram com o delegado titular Marcos Laranjeira sobre o lamentável episódio. Na ocasião, cobraram da Polícia Civil uma investigação paralela a que vem sendo realizada pela PM.

Artista plástico Nadinho, morto durante uma ação da PM em Candeias

Em nota publicada em uma rede social oficial da Câmara de Vereadores de Candeias, o motivo da visita é exposto, acompanhado de elogios à “conduta de integridade” da vítima. A mesma mensagem informa que, após, o encontro na DT, os parlamentares se dirigiram ao Ministério Público, para solicitar o envolvimento do órgão neste processo investigativo.

“Arnaldo Filho, conhecido popularmente como Nadinho, era Artista Plástico e sempre demonstrou uma conduta de integridade perante a família, os amigos e a sociedade. Os vereadores estão cobrando respostas”, lê-se na nota.

Crime – Arnaldo morreu após ser atingido por projéteis de arma de foto no braço e no tórax, dentro de casa, na noite de sábado (21). A polícia declarou que policiais militares entraram na casa dele durante perseguição a um suspeito e já chegaram atirando no artista plástico, que estaria desarmado.

Em um primeiro momento, a Polícia Militar alegou, em nota, por conta da repercussão do fato, que ele portava um revólver e que disparou contra a guarnição, da janela de casa, mas que a arma falhou. Tal versão tem sido duramente contestada.

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