O cardeal escocês Keith O'Brien, que renunciou na segunda-feira passada ao cargo de arcebispo de St. Andrews e Edimburgo após ser acusado de “comportamento inadequado” nos anos 80, admitiu neste domingo que sua “conduta sexual” não foi sempre a que se esperava dele.
Em comunicado divulgado pela Igreja Católica da Escócia, O’Brien reconheceu: “às vezes, minha conduta sexual ficou abaixo dos padrões que se esperavam de mim como sacerdote, arcebispo e cardeal”. A saída de Keith O'Brien deixou o Reino Unido sem representante no conclave papal.
Também ontem, a Igreja Católica marcou seu primeiro domingo de quase oito anos sem uma bênção papal, enquanto cardeais continuam chegando a Roma para participar do conclave que elegerá um novo líder para os 1,2 bilhão de fiéis em um dos períodos mais conturbados de sua história. Mesmo sem o Papa, fiéis e peregrinos lotaram a praça São Pedro, no Vaticano.
As janelas dos apartamentos papais com vista para a Praça foram fechadas, o que normalmente acontece apenas quando o Papa está fora de Roma e faz a bênção dominical de outro lugar. A última vez que a igreja se encontrou essa situação foi no domingo do dia 3 de abril de 2005, um dia após a morte do Papa João Paulo II.
“É estranho, muito estranho vir a Roma para a Praça de São Pedro e não ouvir a bênção dominical, especialmente porque o Papa ainda está vivo”, disse Fábio Ferrara, um dos turistas. Em missas católicas dominicais em todo o mundo não houve a oração habitual para o “nosso papa, Bento XVI”.
Até que seja escolhido um novo Papa, o nome de Bento XVI não será pronunciado em cerimônias religiosas. No sábado, o jornal italiano La Stampa afirmou que cresce a cotação do brasileiro dom Odilo Scherer para se tornar o novo Papa. Fonte: Correio