O Vitória abriu o placar contra o Corinthians, em partida disputada neste domingo, no Barradão. Rhayner marcou logo aos oito minutos, porém a equipe não conseguiu manter o ritmo e chegou a sofrer a virada, até que Neilton garantiu a igualdade em 2 a 2 aos 47 minutos da etapa final. Para o técnico Paulo Cezar Carpegiani, a equipe não poderia vacilar e deixar de somar esses importantes pontos dentro de seus domínios. Em entrevista coletiva concedida após a partida, Carpegiani disse que o time “afrouxou” após sair na frente.

“Fizemos um primeiro tempo… Tivemos a felicidade de fazer o primeiro gol. Pressionamos. Fizemos o gol. No vestiário, falei que nós afrouxamos. Não no sentido de o Corinthians tentar impor… Nós afrouxamos e divorciamos muito o ataque do setor de meio. Em contrapartida, começamos a encontrar dificuldades no jogo. O Corinthians é um time que vem jogando junto, tem um conjunto muito bom, bons jogadores, toque de bola. Assim foi se arrastando no jogo. No segundo tempo, iniciamos um pouco melhor, e o Corinthians conseguiu virar o placar. Resumindo tudo: com a entrada do centroavante, Léo Ceará, a entrada do Neilton e o próprio Rodrigo Andrade, a gente equacionou o time. Deixou o time redondo. A partir deli, tivemos o domínio. Eu gosto de impor o ritmo de jogo. Realmente impusemos o ritmo. Não tivemos oportunidades claras. O Corinthians ficou tentando sair dessa transição com rapidez. Numa dessas, o Corinthians fez o segundo gol. Numa desatenção nossa. Uma bela jogada, que tem dois, três centroavantes no Brasil que fazem bem isso. Tem o Roger; do Atlético-MG, tem o Ricardo Oliveira. Jogadores que vêm, fazem a diagonal, passam na frente do zagueiro, e o zagueiro tem que acompanhar. Com esse erro, a gente quase pagou o preço, depois tivemos a felicidade de empatar. Resumindo, foi um jogo disputado no meio de campo. O que gostei, que ficou do jogo, foi que foram feitas modificações e tivemos cara de time mesmo. Time tentando ser agressivo, com dificuldade na pontada final, fazer aquele grande lance, iniciativa. Personalidade, confiança. A equipe se ressente da obrigação de ganhar, a iniciativa, que temos que ter. Tenho insistido, tenho pedido para criar no último terço um grande lance. Tivemos dificuldade nesse aspecto”, afirmou.

Carpegiani falou sobre uma substituição que surpreendeu a muitos. Aos 15 minutos do segundo tempo, ele sacou Lucas Fernandes, que fez uma boa partida, e colocou Neilton. O treinador admitiu que o atacante estava bem no jogo, porém prezou pela organização da equipe.

“Muitas vezes, você não tira o jogador que não está bem. Eu sei que Lucas estava melhor que Erick. Mas a questão é que Erick rende melhor na direita do que na esquerda. Mas, quando substituí, principalmente, Neilton para fazer o par ali, o ponta de lança com o centroavante, estava querendo vencer de qualquer forma, buscando alternativas. Quando entrou Rodrigo, foi feita essa substituição em cima de você equacionar o time. Depois das substituições, passamos a ter domínio do jogo. Imprimimos o ritmo. Rodrigo preencheu o meio pela direita. Abriu aquele corredor, as principais jogadas com bastante espaço ali, ele estava marcando bem com Lucas. Nem sempre você tira o que está o pior. É questão de acertar a equipe taticamente. A equipe se equilibrou. Poderia colocar Rodrigo pela esquerda, Erick pela direita, dos que terminaram jogo. Rodrigo ia ter muita dificuldade. Precisava fazer a modificação. Não queria abrir muito o meio. Rodrigo entrou bem. Neilton, eu queria que jogasse nas costas, foi para o centro. Começamos a fazer pressão, a equipe do Corinthians não teve mais saída de bola, fluidez, tranquilidade, serenidade de sair de trás do gol, que tiveram no primeiro tempo. Não gosto disso. Em contrapartida, depois das mudanças, mesmo com a saída do Lucas, que estava melhor, eu queria acertar a equipe para vencer o jogo. Levamos o segundo gol e tivemos a felicidade [de empatar]. Foi um resultado justo pelo que as duas equipes fizeram no campo”, afirmou Carpegiani.

Outro ponto comentado pelo treinador foi as firulas e as desobediências de alguns jogadores, principalmente o atacante Erick que abusou das firulas. Quando questionado o treinador afirmou que nos treinos os atletas fazem diferente do que apresentaram hoje em campo.

“Tenho insistido muito com eles. No treino, eles não fazem isso. No jogo, sentem com algo a mais de quer fazer as coisas que não simples. As coisas simples pertencem ao grande jogador. Quero que façam o simples. Quando sai algo diferente disso, te causa dificuldade. E isso irrita o companheiro, sai discutindo. Mas as coisas são feitas para que eles façam as coisas práticas. Seguindo uma lógica. Algumas vezes, sai do contexto e prejudica a equipe.

O Vitória volta a campo na sexta-feira, quando enfrenta o São Paulo, novamente no Barradão.

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